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Comportamento

O antes e depois de uma guitarra de 30 anos, recuperada por amigos de Zé Pretim

Aline Araújo | 13/05/2015 06:34
Luciano trabalhando na guitarra. (Foto: Fernando Antunes)
Luciano trabalhando na guitarra. (Foto: Fernando Antunes)

Zé Pretim, um dos pioneiros do blues no Estado, está passando por mais um momento complicado na vida e na carreira. Por problemas de saúde e sem dinheiro, ele até vendeu a guitarra em um dia de desespero, por R$ 200,00. A outra, que guardave em casa, com mais de 30 anos, estava em um estado de ruína.

Como uma história como a dele não pode continuar sem som, os amigos se organizaram e, em uma atitude que serve como reconhecimento em vida, trataram de recuperar o instrumento do mestre bluseiro. Mais do que ficar lamentando o que ocorreu com Zé, eles reagiram.

Depois de uma reforma completa, feita pelo Luthier Luciano Guimarães de Sá, de 38 anos, os acordes já estão novamente disponíveis. Luciano trabalha com instrumentos de corda há 7 anos, e cuidou para que a guitarra com mais de 30 ficasse boa, preservando as características originais do som emitido por ela.

“Por conta do tempo, a guitarra já tinha sofrido um desgaste de oxidação natural pela falta de uso e revisão. Para a reforma, nós fizemos a revitalização da pintura, desmontamos e passamos os produtos necessários. Fizemos o polimento, a desoxidação das partes metálicas e, como é um instrumento antigo, algumas peças plásticas estavam que estavam rachadas foram trocadas”, explica.

A parte elétrica do instrumento também foi refeita, mais preservando as peças originais. “Nós buscamos preservar ao máximo a originalidade do instrumento, é assim em todo o serviço que foi feito, respeitando ao máximo a originalidade. As cordas também foram trocadas e a regulagem feita para que ficasse confortável para ele tocar blues”, detalha.

Guitarra já reformada. (Foto: Fernando Antunes)
Guitarra já reformada. (Foto: Fernando Antunes)

O serviço, caso fosse cobrado, ficaria em torno de R$ 350,00, mas a ideia é ajudar um amigo, uma referência musical, o cara que fez muita gente querer tocas blues por aqui.

A mobilização começou quando amigos próximos perceberam que ele estava sozinho e correndo risco, tando por conta da diabetes que apareceu há anos, quanto pela falta de condições de ganhar a vida..

A primeira providência foi levar Zé Pretim até o hospital, para que pudesse controlar a doença, já que as taxas de glicose no sangue estavam muito altas.

Agora, eles estão aos poucos se organizando para poder colaborar ainda mais. Jerry Espindola, Roberto Higa, Beko Santanegra, Ricardo Maia e Luis Henrique Ávila formam o grupo que quer ver o amigo voltar aos palcos.

“De uns 3 anos para cá Campo Grande ganhou status, virou refereêcia nacional dos grandes shows de blues, recebendo até artistas do exterior. E se isso acontece hoje se deve aos pioneiros, e ele é um deles”, comenta Luis, explicando que a ideia é que o músico colha o reconhecimento pelo seu trabalho em vida, e para isso precisa estar com a saúde em ordem.

Na tarde de ontem Zé Pretim saiu do hospital e foi buscar a guitarra reformada. Agora os fãs esperam em breve poder ver ele fazendo música, com a sua guitarra, que carrega 30 anos de história, em ótimo estado agora.

Zé Pretim testando a guitarra. (Foto: Fernando Antunes)
Zé Pretim testando a guitarra. (Foto: Fernando Antunes)
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