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Comportamento

O que poderia ser um trauma virou meio de ganhar a vida depois de acidente

Anny Malagolini | 13/02/2014 08:44
Gilberto cobra R$ 10,00 para lavar as motos (Foto: Cleber Gellio)
Gilberto cobra R$ 10,00 para lavar as motos (Foto: Cleber Gellio)

A moto poderia ter se tornado um trauma, mas virou uma forma de ajudar a família com as contas de casa e depois até um prazer. Em 2003, um acidente na avenida Ceará interrompeu os planos do motociclista Gilberto Cardoso Junior, que na época era entregador. Ele perdeu os movimentos da pernas e lá se vão quase 11 anos na cadeira de rodas. Mesmo assim, o veículo que era a paixão de infância continua fazendo parte da rotina.

Gilberto poderia ter escolhido qualquer função mais "adaptável" à nova realidade, mas escolheu se mexer, fazer esforço diário em uma tarefa que o ajuda a permanecer perto das motocicletas.

Há um ano, comprou equipamentos e montou na varanda da casa da mãe, um lava jato somente para motos, de todos os tipos. Sem pilotar desde o acidente, para ele, limpar a motocicleta é a única forma de voltar a conviver com o que gosta.

Hoje, o que mais aparece são os modelos de até 150 cilindradas. Mas se surgir alguma imunda, vinda direto de uma estrada de terra, ele encara com louvor.

Os finais de semana são os mais lucrativos para Gilberto, que no último sábado, por exemplo, recebeu 20 motos para lavar. Ele cobra R$ 10,00 pela lavagem, mas garante que o serviço feito por é diferente. “Eu encero, eu limpo as correias, não faço como todo mundo, eu tenho cuidado e até troco óleo”, faz propaganda.

Gilberto era fascinado, fazia trilhas sobre duas rodas e o interesse pelas motocicletas o levou a apreder, por conta própria, sobre engrenagens e consertos.

Ele lembra que logo depois da readaptação começou a limpar e fazer reparos nas motos de parentes e amigos para se distrair. Em seguida, conseguiu um “bico” em um lava jato da região.

Segundo gilberto, a reação dos clientes é diversa, por conta da condição em uma cadeira de rodas. Para incentivar a profissão, amigos de Gilberto gravam vídeos dele e postam nas redes sociais para atrair mais clientes. “Alguns não acreditam que sou eu quem lava, mas confiam”.

Para divulgar o trabalho de Gilberto, amigos gravaram vídeos e divulgaram no Facebook. Assista aqui.

O lava jato funciona na rua Souza Lima, 39, no bairro Cohab, e fica aberto de terça a domingo, das 7h30 às 17h30.

Há um ano, Gilberto abriu o lava jato na casa dos pais (Foto: Arquivo Facebook)
Há um ano, Gilberto abriu o lava jato na casa dos pais (Foto: Arquivo Facebook)
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