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Comportamento

Para se dar bem e "pegar mulher", homens recorrem às aulas de dança

Elverson Cardozo | 20/03/2015 06:35
Rômulo recorreu às aulas de dança de salão para se dar bem na balada. (Foto: Higor Blanco)
Rômulo recorreu às aulas de dança de salão para se dar bem na balada. (Foto: Higor Blanco)

Só quem nunca dançou na vida, nem quadrilha na escola, sabe como é ruim segurar a “cara de tacho” em uma festa super-ultra-mega-animada onde todo mundo vai para a pista se remexer. Frente a uma situação assim, quem lida bem com os próprios movimentos e encara qualquer batida sem medo diz, geralmente, que dançar deixa a vida mais leve, liberta a alma e, o mais importante, dá uma chega para lá na timidez.

Não é de se duvidar. A afirmação, que chega com toque de encorajamento, até que faz sentido. Talvez por isso tanta pessoas procuram as escolas especializadas. Mas os professores não vivem só da demanda dos inibidos e desastrados.

Neste segmento, eles são importantes e representam boa parte dos alunos, mas as intenções e as necessidades de cada um são particulares e vão além do óbvio. Quem garante é o treinador em dança Ivan Sousa, de 39 anos.

Segundo ele, muitos homens resolvem fazer aulas de dança porque querem se dar bem na balada ou, em outras palavras, “pegar mulher”. É claro que poucos, ou ninguém, assume isso com todas a letras e nem chega apresentando uma justificativa assim na hora da matrícula, remenda, mas essa necessidade já é um fato consumado.

“A procura é grande. Eles usam a dança como argumento para paquera. Acontece sim. […] Geralmente são tímidos que, às vezes, não tem coordenação motora. Chegam sozinhos, mas acabam se socializando com o tempo e aí fazem um circuíto de amizade”, comenta.

A faixa etária, afirma, varia dos 18 aos 45 anos e o ritmo mais procurado é o sertanejo. “É o que mais toca aqui. Toda festa tem”, diz.

Aula coletiva com Ivan Sousa. (Foto: Divulgação)
Aula coletiva com Ivan Sousa. (Foto: Divulgação)

O funcionário público Walace Martins, de 28 anos, entrou para a turma de aula de salão depois de perceber que não levava muito jeito para dança e, por isso, saía em desvantagem nas festas que frequentava.

“Em alguns momentos algumas mulheres me abordavam e pediam para dançar e eu não sabia, aí ficava até meio constrangido”, relata.

Constrangido por não saber dançar, porque de tímido Walace garante não ter nada. A dança, no caso dele, foi um complemento. “Me sentia fora do contexto', afirma, e completa: “Mas agora eu danço normalmente”.

Se isso ajudou na paquera? “Me permitiu conhecer mais pessoas porque você acaba criando
empatia”, responde, com medo de se comprometer.

Já o acadêmico de Direito Rômulo Andrei Vilalba de Oliveira, 21, diz, sem medo, que o saldo, para ele, foi positivo e explica o porquê: “Hoje, além de chegar na balada e não ficar parado, quando você dança com uma mulher as outras já ficam olhando. Podem não chegar, mas ficam olhando”. Diz mais: “Se você dança, agrada. Já é um caminho”.

Ele procurou uma escola de dança porque queria mostrar outros atributos, além do corpo definido e conquistado ao longo de seis anos de Jiu-jítsu.

Rômulo acredita que, nas baladas, homens não tem atrativo nenhum para as mulheres, por isso o investimento se faz necessário. “Você tem que ser grande, forte, ou ter muito dinheiro para chamar a atenção e se destacar. A maioria das mulheres, não guriazinhas, mulheres, gostam de sair para dançar. E quando você aprende, arruma companhia. Tenho amigas que pagam entrada para ir comigo na balada, para eu dançar com elas”, declara.

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