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Comportamento

Qual é o dia da sua saudade? Reviver fotos é tirar do baú sentimentos genuínos

Paula Maciulevicius | 28/04/2017 07:21
"Eu era feliz e não queria que acabasse. Foi uma noite em Bonito", conta Ângela sobre o seu Dia da Saudade. (Foto: Alcides Neto)
"Eu era feliz e não queria que acabasse. Foi uma noite em Bonito", conta Ângela sobre o seu Dia da Saudade. (Foto: Alcides Neto)

Uma foto, nove rostos, alguns sorrisos e uma bela lembrança de quem a guarda com tanto carinho. Há anos uma fotografia acompanha Ângela em qualquer mesa de trabalho que ela se sente. Nela, mais do que a memória de um Festival de Bonito, vive a saudade de uma fase incrível que passou, mas que ainda lhe traz lições. 

Aproveitando o #tbt nas redes sociais, sigla em inglês para "throwback thursday", usada para postar fotos, textos ou músicas que remetem ao passado, o Lado B quer saber qual é o dia da saudade dos leitores. E para isso, começamos com a gente mesmo. 

Uma saída com amigo? Um passeio em família? A última foto com alguém? Uma risada que a publicação quase conseguiu captar o som? Nossa ideia é compartilhar sentimentos que vem à tona quando se volta ao passado.

Na imagem das meninas, a figura central é a editora do Lado B, que junto das amigas Josi, Grazi e Silvia curtia uma noite do Festival de Bonito. À época, 15 anos atrás, ela tinha 27 para 28 e sentiu nesta noite uma felicidade que lhe marcou muito.

"Eu estava num momento conturbado profissionalmente, de muita cobrança e entre um término de namoro. Lá, acabei conhecendo um monte de pessoas que há muito tempo cruzava por Campo Grande e que nunca tinha conversado", explica Ângela Kempfer, hoje com 43 anos.

Ela não chegou a postá-la nas redes sociais, mas a colocou na mesa de trabalho para lembrar, cada vez que enxergá-la, da pessoa que ela é. "Durante muito tempo eu só vivi para trabalhar e toda vez que olho, lembro da outra pessoa que eu sou. Não sou só editora de um portal de notícias. Sou uma pessoa que gosta de se divertir, de sair, de conhecer gente e histórias", explica.

A saudade que ela tem desta foto está na liberdade compartilhada naquele final de semana, mesmo que hoje as pessoas que aparecem nela não sejam mais da sua convivência. "A Grazi mora em Dourados e a Silvia, mesmo vivendo aqui, quase não vejo. A Josi entrou para a minha vida de maneira mais intensa depois daquela época. A gente amadurece, ganha filhos, se distancia, mas quando há verdade no que sentimos, ficamos no coração pra sempre".

Na foto, André é o garotinho que continua com a mesma cara hoje, aos 25 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na foto, André é o garotinho que continua com a mesma cara hoje, aos 25 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Fotógrafo daqui do jornal, André Bittar, tem seu dia de saudade resumido numa imagem de 2003, da viagem de férias com toda família. "Na minha cabeça, as melhores coisas que a gente fez enquanto família, antes dos meus pais se separarem, foram as nossas viagens, que eram momentos nossos e eu tenho muita saudade disso". Na foto, André é o garotinho de azul que continua com a mesma cara hoje, aos 25 anos.

O registro é a saudade da nossa estagiária Grazi, de quando o avô dela viu o filho caçula se formar.
O registro é a saudade da nossa estagiária Grazi, de quando o avô dela viu o filho caçula se formar.

Seu Orlando Delfino teve o prazer de ver o filho Marco Roberto, se formar. O registro é a saudade da nossa estagiária, Graziela Almeida, de 21 anos. "Sinto saudades desse dia por presenciar uma realização do meu pai e ver a felicidade do meu avô em formar o último filho", explica.

Seu Orlando sorriu e demonstrou uma alegria do tamanho do mundo mesmo depois de ter enterrado uma filha. "Aconteceu em maio de 2013 e me senti especial por ter uma família e dois grandes homens nela. Meu avô faleceu há quatro meses", justifica Grazi.

O avô e Samuel, há quase 4 anos.
O avô e Samuel, há quase 4 anos.

O repórter Samuel Isidoro saiu de São Paulo para tentar viver de música em Mato Grosso do Sul e descobriu por aqui a saudade, principalmente do avô, que já não pode viajar para visitar o neto.

A imagem escolhida por ele para falar do tempo mostra uma festa de fim de ano. "No final de 2013 meu avô me chamou para tocar com ele e cantou uma música que fez para minha avó quando os dois ainda namoravam. Foi a última festa que ela participou, porque morreu em 2014. Foi a primeira música que aprendi a tocar também", conta.

Até hoje, quando a correria do dia a dia me engole, eu volto a vê-la. E nela enxergo uma menina cheia de sonhos, que queria mudar o mundo e parlar italiano.
Até hoje, quando a correria do dia a dia me engole, eu volto a vê-la. E nela enxergo uma menina cheia de sonhos, que queria mudar o mundo e parlar italiano.

Meu #tbt" me leva para bem longe daqui. Recém formada, eu tinha 20 anos quando apresentei meu TCC e embarquei para uma viagem na qual o carimbo do meu passaporte me deu uma liberdade nunca sentida anteriormente. Sem arrependimento nenhum, deixei de participar da minha formatura para passar mais tempo na Itália. O que seriam férias, viraram moradia por quatro meses e meu dia da saudade se passa em Veneza, em janeiro de 2011.

Nunca vou me esquecer da sensação de se chegar à cidade das gôndolas, histórica, romântica e que me trouxe o sentimento de que eu podia fazer tudo o que quisesse. Até hoje, quando a correria do dia a dia me engole, eu volto a vê-la. E nela enxergo uma menina cheia de sonhos, que queria mudar o mundo e parlar italiano.

Mande para a gente a sua #tbt no Facebook do Lado B ou no e-mail ladob@news.com.br.

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