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Comportamento

Quem são as mulheres escondidas por panos, que pedem dinheiro nas ruas?

Anny Malagolini | 01/07/2013 06:33
Cigana encapuzada no semáforo (Foto: Cleber Gellio)
Cigana encapuzada no semáforo (Foto: Cleber Gellio)

Com dentes de ouro, saias longas e panos cobrindo a cabeça, duas mulheres despertam a curiosidade de quem para no semáforo entre as ruas Antônio Maria Coelho e Via Parque, em Campo Grande

As duas senhoras apareceram na região há pouco mais de um mês. Desde então, de segunda a sexta-feira, pedem contribuições aos motoristas que passam por ali.

Tímidas e também ríspidas, as duas não são de conversa e deixaram claro: são ciganas e só pedem dinheiro porque não sabem ler a mão.

A declaração sincera surpreende. As mulheres dizem que pedir nas ruas foi a maneira que encontraram de sobreviver.

Os panos que cobrem a cabeça e que deixam do rosto só os olhos e o nariz à mostra, não são um disfarce esclarecem, “Nos cobrimos para nos livrar do sol, a pele judia”.

Mas disfarce ou não, o estranhamento é geral por quem passa por ali. Para o motorista César Cardoso, “é gente nova na cidade, Campo Grande não tem isso aqui. Isso demonstra o novo tipo de população que a cidade esta recebendo", filosofa.

O engenheiro civil Fernando Khalil, de 23 anos, também reparou nas senhoras “encapuzadas”, mas de cara já acertou, “Sempre estão aqui no semáforo, devem ser ciganas, é diferente, mas contribuo”.

Assustada com a presença das mulheres encapuzadas a auxiliar financeira Eliane Valenciana prefere manter os vidros do carro sempre fechado quando chega ao semáforo “Eu acho muito estranho. Tem gente que diz que elas são pagas para ficarem no semáforo, então para não correr risco, nem abro os vidros”.

A cultura cigana voltou a Campo Grande com maior intensidade nos últimos meses. Hoje, há, pelo menos, dois acampamentos na cidade, uma na saída para Três Lagoas e outro na região do Coronel Antonino. Na praça Ary Coelho, é possível encontrar todos os dias mulheres com o colorido cigano, mas no caso delas, todas juram que sabem ler as mãos.

(Foto: Cleber Gellio)
(Foto: Cleber Gellio)
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