ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 25º

Consumo

Em máquina que avó deixou antes de partir, neta cria roupas infantis fofíssimas

Thailla Torres | 19/12/2018 08:42
Peças são super fofas e carregam em sua história detalhes de uma infância feliz. (Foto: Evelyn Buchara Brandão)
Peças são super fofas e carregam em sua história detalhes de uma infância feliz. (Foto: Evelyn Buchara Brandão)

Incentivo para criar e se dedicar à costura, a empresária Evelyn Buchara Brandão, de 32 anos, sempre teve em casa. O dom de produzir peças fofíssimas para as crianças ela herdou da avó, assim como a máquina de costura antiga, deixada para a neta junto de um bilhetinho.

A herança foi um recomeço na vida de Evelyn que se descobriu na costura e viu na máquina a chance de trabalhar pertinho dos filhos, que ainda são pequenos. Mãe de três filhos, hoje ela costura roupas para meninas e meninos com cortes mais delicados e tons que lembram a alegria da infância.

Mas a dedicação começou lá atrás e foi o que inspirou o nome da marca “Dona Nenzinha”, uma homenagem e agradecimento à avó Doralice, que carinhosamente era chamada de Nenzinha. “Eu nasci e cresci sendo amada por ela. Imensamente amada por ela. Minha mãe conta, que quando nasci e ela me viu pela primeira vez, ela chorava muito. Isso até hoje me emociona”.

Quando criança, Evelyn passava dias na casa da avó, que amava cuidar a neta com chás e carinho. Até os 15 anos, Doralice fazia cachinhos nos cabelos de Evelyn e sempre a deixava aprender um pouquinho da costura. “Ela era costureira, bordava, fazia crochê, se arriscava na pintura quando mais nova. E eu gostava muito de aprender com ela”.

As roupas são produzidas sob encomenda.
As roupas são produzidas sob encomenda.
Há peças para todos os estilos.
Há peças para todos os estilos.

Toda quinta-feira, Doralice se reunia com as amigas para o “chá de crochê”, que a neta também acompanhava. “Cada semana, era na casa de uma delas. Eu não perdia nenhuma quinta-feira. Nesses encontros, elas conversavam enquanto faziam seus trabalhos e comíamos o lanche que era a união de pratinhos levados por cada uma”.

Foi assim que a avó ensinou o amor que Evelyn deposita hoje na confecção das peças. Em 2012, um câncer de mama levou Doralice, mas antes de morrer, ela máquina de costura com um bilhetinho que dizia “Essa máquina pertence à Evelyn. Com carinho da vó Doralice”, ao lado da lata de botões e carretéis de linha.

“De tudo que ela me ensinou, costurar com a máquina foi algo que nunca quis sentar para aprender, apesar da insistência dela. Eu tinha preguiça, achava complicado demais usar o equipamento. Então com o apoio financeiro dela e do meu avô, militar aposentado, cursei Psicologia e me formei em 2010”.

Mas em 2013, Evelyn já era mãe de um menino e estava grávida novamente. Foi quando decidiu usar a máquina deixada pela avó. “Decidi que faria parte do enxoval dele na máquina que ganhei de herança”.

No começo foi difícil. Evelyn precisou de ajuda da minha mãe para colocar a linha na máquina, mas o som e alguns movimentos feitos na hora da costura transportaram a neta para o passado e esse momento foi o combustível para iniciar um novo trabalho. “Eu não queria parar, era inspirador e nostálgico demais”.

Algumas com detalhes pra lá de fofos.
Algumas com detalhes pra lá de fofos.
Cora, filha e modelo de Evelyn.
Cora, filha e modelo de Evelyn.

Evelyn continuou costurando para os filhos, aprendeu fazer novas peças para presentear amigos e aprimorar acabamentos. Mas com o tempo, foram surgindo encomendas.

“Grávida de uma menina, Cora, lembro que o dia seguinte, ao sair da maternidade, eu consegui finalizar duas encomendas para entregar a cliente. Costurava, amamentava, costurava, dava banho no mais novo, nesse ritmo”.

Com todo novo desafio, o começo não foi fácil. “Tem encomenda que aceito, que não faço ideia como faz, mas o desafio me motiva. Sabe esse clichê de que com amor, as coisas fluem? Aqui é verdade”.

Hoje Evelyn é a única funcionária do ateliê. “Sou quem atende e responde orçamentos, faço as compras de materiais, costuro, faço as fotos, publico nas redes sociais. Entre todas essas coisas, cuido da casa, busco meus filhos na escola, e isso é outro ponto que me motivou: poder cuidar mais de perto dos meus filhos”.

Cada peça custa de R$ 150,00 a R$ 250,00, mas o valor muda de acordo com o tamanho e os detalhes na hora do pedido. Além de cores alegres, os movimentos levam um pouquinho da história de Evelyn e o amor que sente pela avó. “O nome do ateliê é não só uma forma de homenagear minha avó, mas uma maneira de manter meus olhos focados na criança feliz que fui: pés descalços, curiosa, vestida de amor”.

Quem quiser conhecer o trabalho de Evelyn, basta acompanhá-la no Instagram ou no Whatsapp: (67) 99656-7267.

Curta o Lado B no Facebook e Instagram.

 

Vestidos que foram feitos para daminhas de honra.
Vestidos que foram feitos para daminhas de honra.
Cada vestido tem acabamentos super delicados.
Cada vestido tem acabamentos super delicados.
Nos siga no Google Notícias