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Consumo

Por menos de R$ 10,00, adolescentes inventam de liquidificador a ar condicionado

Adriano Fernandes | 29/11/2015 07:57
Cerca de 600 alunos do Instituto Mirim expuseram 38 projetos sustentáveis na 3° Feira do Empreendedor Mirim.(Foto: Simão Nogueira)
Cerca de 600 alunos do Instituto Mirim expuseram 38 projetos sustentáveis na 3° Feira do Empreendedor Mirim.(Foto: Simão Nogueira)

A garotada prova que nem sempre gastar tempo com internet é improdutivo. Na 3° Feira do Empreendedor Mirim, os alunos do Instituto Mirim de Campo Grande transformaram muitos ensinamentos de tutoriais em produto e teve gente que conseguiu ir além.

A exposição ganhou cidade futurística produzida com peças de um computador velho e até liquidificador portátil feito com copos plásticos. Quem passou por lá na semana passada viu, inclusive, um ar condicionado de isopor que de custo para confecção consumiu apenas R$ 4,00.

Da empresa “New Hera”, os meninos usaram a máxima de qualquer invenção: atender as necessidades de quem vive nesse inferno que é Campo Grande. O gelo no interior da estrutura de isopor revestida de papel alumínio era refrigerado por hélices invertidas dos HDs de computadores. Todo o material utilizado foi de reuso.

O liquidificador portátil foi feito de copos plásticos e as hélices, eram movidas por um motor de leitor de DVD.(Foto: Simão Nogueira)
O liquidificador portátil foi feito de copos plásticos e as hélices, eram movidas por um motor de leitor de DVD.(Foto: Simão Nogueira)

Ao todo, foram expostos 38 projetos desenvolvidos pelos cerca de 600 adolescentes do Instituto Mirim, das unidades do Centro e do bairro Carandá Bosque. Muita coisa eles viram na internet e reproduziram para a mostra, outras, adaptaram e muitas eles criaram.

Utilizando materiais descartados, em sua maioria lixo eletrônico, os alunos tiveram dois meses para entregar um produto que aliasse tecnologia e sustentabilidade. E tanta dedicação resultou em trabalhos impressionantes.

Batizado de liquidificador portátil, o produto da empresa “Little Eletrodomésticos” tinha estrutura de copos plásticos e as hélices movidas por um motor de leitor de DVD. “A vantagem é que ele é leve e pequeno. Poder ser carregado na mochila e levado para qualquer lugar”, explicou a estudante Larissa Soares, de 15 anos.

Junto da criação, cada turma também deveria entregar um plano de negócios, contendo não só o processo de produção, mas também o nome do produto e empresa, além do valor de mercado.

O "Cat Box", por exemplo, custou R$ 35,00 e já tinha até plaquinha de vendido. Graças a pintura e os adesivos decorativos, quase não se notava que a casinha de cães ou gatos era na verdade a adaptação de um monitor velho de computador.

“Nós pegamos os monitores que a instituição já não utilizava mais, lixamos e decoramos.Já vendemos um”, comemorou Talita Vilalba.

A caixa de isopor adaptada virou ar condicionado.(Foto:Simão Nogueira)
A caixa de isopor adaptada virou ar condicionado.(Foto:Simão Nogueira)
A Cat Box é uma casinha de cachorro feita de monitores de computador.(Foto: Simão Nogueira)
A Cat Box é uma casinha de cachorro feita de monitores de computador.(Foto: Simão Nogueira)

Mas os mais vendidos mesmo foram os chaveiros feitos de peças internas e teclas de computadores. Os disquetes, há tempos aposentados, viraram “porta trecos” e até agendas, vendidos a partir de R$ 3,00.

E até aplicativos pra celular algumas turmas criaram. O “Natural Food” é um aplicativo que contem receitas com frutas e vegetais, divididos em categorias e por nutrientes. O produto foi desenvolvido pelos 25 alunos de uma das turmas da unidade central do instituto e já está até disponível online.

“Cada um dos 25 alunos contribuiu na produção do aplicativo, no levantamento de informações e correções... É um orgulho pra mim ver o resultado de tanto esforço em conjunto, refletindo nesse projeto que foi criado inteiramente por eles”, disse a professora e madrinha da turma, Silvia Biezan.

O gestor de marketing Carlos Ortiz de 39 anos, foi conferir de perto o trabalho da enteada, que também é aluna no instituto. “Feiras como essa, além de unir os alunos, os conscientizam de que a tecnologia também pode ser uma aliada na preservação do meio ambiente. Entenderem que um futuro melhor, depende das medidas sustentáveis que nós desenvolvemos hoje em dia” ele disse.

 

O aplicativo Natural Food, lista os nutrientes e até receitas feitas com frutas e vegetais. O aplicativo também foi eleito um dos melhores da feira.(Foto:Simão Nogueira)
O aplicativo Natural Food, lista os nutrientes e até receitas feitas com frutas e vegetais. O aplicativo também foi eleito um dos melhores da feira.(Foto:Simão Nogueira)
A mesa de Air Hockey foi um dos melhores projetos da feira.(Foto:Simão Nogueira)
A mesa de Air Hockey foi um dos melhores projetos da feira.(Foto:Simão Nogueira)

Uma das organizadoras da feira, a professora Mônica Pinheiro lembrou da importância da iniciativa, como atividade interdisciplinar. “É uma feira de empreendedorismo sustentável, que exige que os alunos sigam todo o processo de concepção de uma empresa. Isso os prepara para o mercado de trabalho, além de possibilitar a união entre cada jovem”, concluiu.

Todos os projetos expostos na 3° Feira do Empreendedor Mirim passaram pela a avaliação de três técnicos da área empresarial, ambiental e de técnologia. Os três melhores projetos foram a mesa de Air Hockey, o Aplicativo do Mirim e também o aplicativo Natural Food.

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