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Diversão

Amigos criam grupo para reviver anos 80 dançando e amanhecer na diversão

Thailla Torres | 10/03/2018 08:22
"Geração 80" surgiu entre amigos para reviver os rirtmos do passado. (Foto: Thailla Torres)
"Geração 80" surgiu entre amigos para reviver os rirtmos do passado. (Foto: Thailla Torres)

Há cinco anos, um grupo de amigos, em Campo Grande, resolveu viver a época disco. Com todo mundo dançando no mesmo ritmo, o "Geração 80" invade a pista de dança de clubes da cidade com as coreografias que, atualmente, a galera só anda acostumada a ver só em filme.

É para voltar no tempo do “passinho”, que fazia sucesso nas danceterias, que o auxiliar João Milton Gomes dos Santos, de 40 anos, fundou o grupo. “Naquele tempo essa era a nossa moda. O legal era ir para as danceterias e levar todo mundo no passinho. Chegava a reunir mais de 60 pessoas na hora da dança”.

Hoje, a disposição não é a mesma, explica Milton. Apesar do grupo ter quase 30 pessoas, nem todo mundo encara uma noite de flashback em clubes que sobrevivem com o estilo. “Tem gente que se acha velho demais para dançar, mas eu nunca perdi a vontade, pelo contrário, criamos o grupo porque a maioria não faz mais as coreografias. Sou do tempo que a gente lotava o União dos Sargentos, Chatanooga e Clube Ipê”, lembra.

Passos são sincronizados.
Passos são sincronizados.

O grupo geralmente ensaia na Orla Morena ou na casa de um dos integrantes. Quem vai e quer aprender, João ensina cada movimento. “Não é difícil, apenas uma sequência repetida de um lado para o outro. Só ter atenção”.

E para dar mais originalidade, além dos passinhos antigos, João tem passos de sua autoria. “A gente sempre pensa em algo diferente pra surpreender na hora da festa”.

A turma também é exigente no repertório do DJ, com Magic Marmalade, Modern Talking, Company B, Technotronic e Double You, por exemplo, João diz que não é permitido faltar as “antigonas”. “Em outros estilos musicais, também existe o passinho. Mas o nosso é diferente, tem um movimento mais clássico, por isso não pode ser qualquer música”.

Na vida de João, além de festas aos fins de semana, o Geração 80 trouxe um amor. Foi no flashback que ele conheceu a esposa, Sandra Regina, de 48 anos, que ele está casado há quatro. “Na época eu estava solteiro e fazia a festa nos clubes, até que um dia ela entrou no grupo, gostei do jeitinho dela e acabamos nos paquerando”.

Foi no dois por dois que ele convidou Sandra para sair e a história de amor terminou em casamento. “Com uma semana de namoro, o Lucas Lima (radialista e DJ) fez um projeto com casais e a gente ficou em terceiro lugar como Casal Flashback de Campo Grande”.

Sandra lembra bem como conheceu João. “Esses dias eu estava olhando os nossos vídeos antigos e vi que eu sempre ficava bem próximo do João. Era mesmo para ter acontecido”.O emocionante para ela é ver que a maioria do grupo é formado por casais. “Muita gente depois que casa, não dança e não se diverte, o grupo mostra que pessoas casadas também podem curtir junto a balada. Isso é muito legal”.

Turma encara toda festa de flashback que surge na cidade. (Foto: Arquivo Pessoal)
Turma encara toda festa de flashback que surge na cidade. (Foto: Arquivo Pessoal)

É para curtir a noite inteira, é preciso fôlego. João, por exemplo, faz de tudo para cuidar da saúde. “É preciso saber que a gente não tem mais um corpinho de 18 anos, então é preciso se cuidar”.

O grupo também mudou a vida da professora de Artes, Valéria Rita Custódio, de 40 anos, que encara o flashback como a resistência das músicas antigas. “Hoje em dia não é fácil curtir o estilo e dançar como antigamente em Campo Grande. Na maioria das casas o que predomina é a música regional, com o chamamé, o vanerão e sertanejo universitário. A gente é a resistência”, diz.

E vale dançar mesmo que o no outro dia a dor dê as caras. “Eu gosto para relembrar os velhos tempos, a minha juventude, esse era meu estilo. Naquela época a gente ia para a danceteria e curtia a noite toda. Por isso a gente dança hoje nem que seja para ficar na base do Dorflex”, brinca.

Ela diz que apesar de consolidado, os grupos de passinhos ainda geram risadas e estranhamento no público. “Até os mais velhos que acham que isso é coisa do passado ficam olhando o que a gente está fazendo, os mais jovens então, ficam se perguntando o que a gente está fazendo. Por isso acho que era mais democrático na nossa época, todo mundo entrava no ritmo”.

E ao contrário de outras baladas onde há glamourização da bebida, no flashback o álcool perde o status, reforça Valéria. “O segredo de aguentar uma noite de passinhos é não beber muito. Naquela época, a nossa diversão era assim, então, passamos a noite tomando muita água. Já cheguei a tomar 8 garrafinhas numa noite”.

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