Em vez de bruxas e fantasmas, crianças surgem de santos em festa
Igreja promove Holywins e transforma crianças em pequenos santos
Neste fim de semana a Igreja São José se abriu para os anjinhos, freiras, papas e santinhos em miniatura. O clima não era de travessuras nem de monstros. Era de fé e uma doce rebeldia contra o Halloween.
RESUMO
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Enquanto em outras casas na cidade as crianças se preparavam para pedir “doces ou travessuras”, ali o lema era outro: “a santidade vence”. E com coroas de flores, mantos, cruzes e até tecidos costurados em casa, as famílias celebravam o Holywins, uma festa católica que, há quatro anos, tem se tornado a resposta da Igreja ao imaginário de bruxas, fantasmas e caveiras.
“Essa festa é o oposto do Halloween”, resume Larissa Freitas Pimenta, pedagoga e uma das organizadoras. “Queremos resgatar o verdadeiro sentido do dia de Todos os Santos. Mostrar para as crianças que a santidade é possível, é alegre, é próxima.”
A programação começou cedo, com uma missa e uma procissão de entrada que parecia saída de um livro de histórias, mas de histórias sagradas. Os pequenos santos entravam no corredor da igreja enquanto os pais filmavam, riam e, discretamente, se emocionavam.
Logo depois veio o desfile de fantasias. No lugar de bruxas e zumbis, São Francisco, Nossa Senhora das Graças, Santa Eloísa e João Paulo II tomaram conta do salão paroquial. “As crianças estudaram sobre os santos, escolheram aquele com quem mais se identificavam”, contou Natali Alves, mãe da pequena Eloísa, vestida de Nossa Senhora das Graças.
O marido, Paulo Nobre de Miranda, completou o pensamento da esposa: “O santo é uma lembrança de quem viveu a fé com profundidade. Se a criança aprende isso desde cedo, cresce buscando uma vida mais tranquila, mais regrada.”
Para muitas famílias, o Holywins virou também um projeto artesanal. “Dá trabalho”, confessou Daniele Pereira da Costa, mãe de dois meninos que foram vestidos de Papa João Paulo II e São Francisco de Assis. “A gente teve que comprar tecido, mandar costurar, mas eles entenderam direitinho. Disseram que eram os santinhos de quem rezam à noite.”
Na plateia, Graziele Farias Moia, advogada, assistia orgulhosa ao pequeno José, que insistiu em se fantasiar de São José. “Ele queria ir de São Francisco, mas quando contamos a história de José, o pai de Jesus, ele se apaixonou”, contou, rindo. O marido, recém-formado na catequese, completou: “Essa festa tem mais sentido pra gente. Não é só fantasia, é aprendizado.”
A cada edição, o Holywins cresce um pouco mais. Antonia Ferreira de Queiroz, administradora e voluntária na organização, explica que tudo é feito em conjunto. “As famílias doam desde a decoração até os doces. O valor do ingresso ajuda a pagar a estrutura e o que sobra a gente guarda para o próximo ano.”
Ela conta que, com o passar dos anos, a adesão tem aumentado. “A cada divulgação, outras paróquias acabam aderindo. Já tem Holywins até no interior.”
Para o padre Paulo Roberto Vieira, responsável pela paróquia, o Holywins é um gesto simbólico. “Enquanto o Halloween celebra o medo e o macabro, nós celebramos a vida. Este é o dia de Todos os Santos, um convite para que as crianças conheçam e imitem o exemplo daqueles que seguiram Jesus.”
E acrescentou sobre como é mais fácil falar com as crianças. “O coração das crianças é mais sensível. Quando ensinamos a fé por meio da alegria, ela se fixa. A festa é a forma mais doce de evangelizar.”
Na saída, Heloísa, vestida de Maria, explicava com a seriedade de quem acabou de entender o próprio papel: “Eu vim de Nossa Senhora porque ela é minha santa preferida, junto com Jesus Cristo.”
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