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Diversão

Quem prefere não entrar no show faz das ruas laterais uma festa junina à parte

Seja carnaval ou festa junina, as ruas laterais viraram ponto de encontro e fonte de renda extra para muita gente.

Kimberly Teodoro | 15/06/2019 08:23
Nas ruas paralelas, a festa é a parte (Foto: Paulo Francis)
Nas ruas paralelas, a festa é a parte (Foto: Paulo Francis)

Entre os dias 13 e 15 de junho, a Praça do Papa vira palco para o Arraial de Santo Antônio, festa tradicional da cidade com muita música, comida típica e apresentações de quadrilha. Com entrada gratuita, os portões do evento abrem às 18h, mas as ruas laterais viraram uma festa junina a parte e fonte de renda extra para muita gente.

Mesmo com todas as atrações do lado de dentro, há quem prefira curtir com os amigos nas ruas laterais, desde a garotada que faz do local ponto de encontro para a turma da bike, gente que mora por perto e até quem transforma a calçada de casa em oportunidade de negócio.

O Lado B circulou entre as barraquinhas independentes e encontrou casos como os da servidora pública Cecília Meire dos Reis, de 51 anos. Na calçada de casa, máquinas de algodão doce e pipoca, junto ao balcão que também oferece batata frita no espeto, espetinho, cachorro quente e refrigerante lata. O portão da garagem também fica aberto, virou estacionamento para motos.

Servidora pública, Cecília aproveita a localização privilegiada para conseguir uma renda extra (Foto: Paulo Francis)
Servidora pública, Cecília aproveita a localização privilegiada para conseguir uma renda extra (Foto: Paulo Francis)

O “negócio em família” tinha o estacionamento como carro-chefe, mas com aplicativos como o uber, as pessoas têm deixado as motos em casa. O que faz Cecília se adaptar e começar a oferecer os produtos que vemos hoje em sua tenda. “Antigamente eu abria todos os inventos, agora faço mais para incentivar a minha filha. Quando começou aqui eu fazia só estacionamento de moto, aí eu comecei a fazer cachorro quente, espetinho e hoje dá para tirar aquele ‘extrinha’”, conta.

Com a experiência de quem acompanhou o movimento ao longo dos anos, Cecília relembra os tempos que a avenida inteira era fechada para carros, o bloqueio ficava quase no começo, depois da linha de ônibus que tinha até circulação especial para atender à demanda de público. “A última que fechou tudo aqui foi a Paula Fernandes, Victor e Léo”, diz.

Um pouco mais perto da Praça, Fábio César também aluga o espaço em frente a casa onde mora para quem resolveu ir de moto. No caso dele, “abrir um negócio” foi por puro acaso. “Eu estava aqui tomando tereré, aí o pessoal começou a chegar, perguntou se podia parar a moto aqui. Uma coisa chamou a outra. Ajuda muito nas contas, querendo ou nãos, uns R$ 100, R$ 150 reais deu para faturar”, explica.

Fábio "entrou no negócio" por acaso (Foto: Paulo Francis)
Fábio "entrou no negócio" por acaso (Foto: Paulo Francis)
É a primeira vez que Saulo vende espetinho na porta de  casa (Foto: Paulo Francis)
É a primeira vez que Saulo vende espetinho na porta de casa (Foto: Paulo Francis)

Para quem chega ao evento pela Avenida dos Crisântemos, o número de carros e motos estacionados ainda é maior que o de barracas, mas basta chegar à esquina da praça para ver o número de comerciantes aumentar. Por ali, dá para encontrar desde Chopp artesanal, quiosques oferecendo drinks a partir de R$ 5 e até promoção de três cervejas por R$ 10. O espetinho simples, que dentro do evento custa entre R$ 7, ali sai por R$ 4.

Com a churrasqueira montada na frente de casa, Saulo César de Oliveira decidiu aproveitar a oportunidade pela primeira vez. Quando a equipe de reportagem chegou, ele já estava na quarta leva de carne e com os estoques chegando ao fim, resultado que o deixou animado para os próximos eventos. “Eu sabia que todo mundo ia vender, aí pensei, por que não? Estou em um ponto privilegiado, não vou pagar aluguel e nem nada. Eu pretendo trabalhar todos os dias e nas próximas festas também”.

Eduardo Stephano, de 20 anos estava acompanhados por um grupo de amigos, já é a segunda vez que a turma se junta para ir ao show, mesmo sem passar pelos portões. “Eu só vim para curtir, vim só tomar uma cerveja com os amigos. Aqui fora a festa rola bem melhor. Lá dentro não pode entrar com bebida e aqui fora a gente está escutando também, a música está boa”, explica Eduardo.

Renan e os amigos foram ao show de bicicleta, mas preferiram ficar do lado de fora (Foto: Paulo Francis)
Renan e os amigos foram ao show de bicicleta, mas preferiram ficar do lado de fora (Foto: Paulo Francis)

Outra galera presente por ali é a da bike, Renan Matheus, de 17 anos, e os amigos estacionaram as bicicletas perto da entrada, onde a fiscalização da Polícia Militar é constante. Ali, as bebidas ficaram de fora, a diversão é comparar as bicicletas, encontrar o pessoal e flertar com as meninas.

Dono de uma bicicleta vermelha com detalhes brancos, o quadro da “ruivinha”, como ela a chama, tem até um filtro dos sonhos que faz as vezes de teia de aranha para personalizar ainda mais a companheira de estrada. A turma tem cerca de 12 pessoas, por ali o esquema é a parceria. “Às vezes alguém vai dar uma volta, outro cuida, e assim por diante. Toda hora passa alguém aqui que a gente conhece, para, pergunta do resto da equipe, puxa conversa”, conta.

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