Ela trocou o medo pelo café e viu sonho dar certo após muitas críticas
De funcionária a empreendedora: como Michelle transformou medo em sucesso com a Padoca do Enaldo

Michelle Echeverria sonhava em ter uma padaria. Mas antes de tudo, planejava dar conta, da casa, dos filhos, do trabalho, das expectativas. Planejava o que todas as mulheres planejam quando crescem ouvindo que segurança é carteira assinada, salário no fim do mês, estabilidade. Mas num dia comum, entre boletos e coisas da casa, ela se fez a pergunta que muda tudo: mas e se der certo?
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Michelle Echeverria transformou sua vida ao abrir a Padoca do Enaldo em Campo Grande, estabelecimento que se tornou referência na cidade. Sem investidores ou herança, ela deixou a segurança do emprego formal para empreender, superando medos e expectativas sociais. Três anos após sua abertura, a padaria tornou-se mais que um estabelecimento comercial: é ponto de encontro para mulheres empreendedoras e símbolo de resistência. Com gestão humanizada e foco na qualidade dos produtos, Michelle equilibra a vida familiar com o negócio, mantendo a essência do trabalho artesanal e o ambiente acolhedor que conquistou a clientela.
Três anos depois, a Padoca do Enaldo, na Rua Dom Aquino, é uma das mais queridas de Campo Grande. Mas o que nasceu do zero, com dívidas , sem herança e com uma boa dose de medo, carrega mais do que cheiro de pão fresco e café passado na hora: carrega o símbolo de uma mulher que ousou acreditar no próprio sonho quando ninguém esperava que ela o fizesse.
- Leia Também
- Padoca do Enaldo inova com versões exclusivas da coxa creme em Campo Grande
- A reinvenção da coxinha: Como a Padoca do Enaldo conquistou Campo Grande
“Eu tinha medo de tudo: de falhar, de gastar as economias da família, de deixar meus filhos de lado. A culpa de ficar mais de 10h fora de casa e deixar a familia. Mas o medo de me arrepender um dia era maior”, conta Michelle, enquanto ajeita a touca e o sorriso que já é marca registrada da Padoca.
A virada veio quando ela decidiu que queria algo que tivesse o cheiro da própria vida, simples, quente e feito à mão. O nome da padaria, Padoca do Enaldo, nasceu do apelido do filho mais novo, inspiração diária e símbolo de tudo o que ela faz.

No início, Michelle produzia com uma equipe pequena. Aprendeu a lidar até com forno, massa e prazos como quem aprende a cuidar de mais um filho, errando, recomeçando, testando. “Empreender não me afastou da minha família. Foi o que me aproximou de quem eu realmente sou”, diz.
E é assim que a Padoca cresceu: entre tropeços e receitas, ela construiu um negócio sólido e humano, um lugar onde o café quente virou sinônimo de afeto e de resistência.
Hoje, a Padoca é mais que um ponto de café e almoço, é ponto de encontro. Mulheres se reúnem ali para conversar, trocar ideias e fazer negócios. “Eu sei o que é precisar de apoio e não ter. Por isso gosto de abrir as portas pra outras mulheres. Aqui já aconteceram reuniões, desabafos e começos. Uma Padaria é isso: o lugar onde tudo começa”, diz Michelle.
Entre uma fornada e outra, ela fala com naturalidade sobre o desafio de liderar. Encontrar e manter bons colaboradores, motivar o time, dar conta de tudo. “Ser líder é um exercício diário de disciplina e empatia. A gente precisa lembrar que, por trás do balcão, tem gente com história, com sonho e com dias difíceis também.”
E mesmo no meio da rotina intensa, Michelle tenta cuidar de si. “Descobri que a Padoca só vai bem quando eu estou bem. Então aprendi a respeitar meu tempo. É difícil, mas é o que me mantém de pé.”
O que o sucesso tem de diferente
Michelle não tem perfil de palco nem fala sobre sucesso como quem recita frases de efeito. Fala como quem ainda acorda cedo pra cuidar dos filhos e dar conta da empresa . “O sucesso pra mim é quando uma cliente entra e diz: ‘esse cafezinho tem gosto de casa’. É quando vejo minha filha de 16 anos ajudando no marketing, estudando pra dar ideias. É ver que meus filhos me olham com orgulho e entendem que valeu a pena tentar. É ter toda a parceria do meu marido.”
Na vitrine, a famosa coxa creme divide espaço com bolos, doces, salgados, pães frescos e o cheirinho de café passado na hora. Cada receita carrega o mesmo ingrediente invisível: coragem.
“A Padoca é uma metáfora da minha vida. A gente mistura o que tem, põe amor, espera crescer e torce pra não desandar. No fim, o pão sai. Às vezes torto, às vezes lindo. Mas sempre sai.”
Três anos depois, a Padoca do Enaldo é um retrato fiel de sua fundadora: forte, sensível e real. É o que acontece quando uma mulher comum decide fazer o que quase ninguém espera, acreditar no próprio sonho.
“Não sou heroína. Sou só alguém que um dia decidiu tentar”, resume Michelle, com aquele olhar de quem sabe que, às vezes, o segredo é simples: acreditar o bastante pra ver o que acontece quando dá certo.
A Padoca do Enaldo fica na Rua Dom Aquino, 2158 - Centro.
Confira a galeria de imagens:
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.