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Meio Ambiente

Cooperativas querem montar rede de catadores de recicláveis em MS

Viviane Oliveira | 16/05/2014 14:47
Catadoras abrem o encontro cantando e mostrando como é o dia-dia de trabalho nas Cooperativas. (Foto: Viviane Oliveira)
Catadoras abrem o encontro cantando e mostrando como é o dia-dia de trabalho nas Cooperativas. (Foto: Viviane Oliveira)

Catadores de materiais recicláveis de todo o Estado se reuniram, nesta manhã, no auditório da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), em Campo Grande, para discutir a criação de uma rede de cooperativas. Ainda hoje, a categoria vai aprovar o estatuto, a identidade visual e o nome da nova rede.

Além da Capital, representantes de 18 municípios marcaram presença no 1º Encontro Estadual de Catadores e Coletores de Material Reciclável do MS. O assessor técnico da Unisol Brasil, Ari José de Souza, explica que depois de criada a rede, os trabalhadores vão poder contar com um representante para reivindicar recursos do Governo Federal e parcerias. “Hoje as cooperativas enfrentam várias dificuldades e muita burocracia para conseguir qualquer tipo de recursos”, diz.

Em todo Estado existem em média 45 cooperativas, sendo seis na Capital. No entanto, os trabalhadores reclamam que falta infraestrutura e investimento por parte das Prefeituras. “Hoje apenas 3% dos bairros em Campo Grande tem coleta seletiva”, reclama um dos cooperados da Coopernova, Eduardo César Cardoso. Ele critica ainda que, falta educação ambiental adequada, para que o sistema de coleta seja, cada vez mais, ampliado na cidade.

O jovem Adalto Pereira, 18 anos, deixou o emprego em uma rede de fest food para trabalhar com reciclagem. Ele começou ontem e está confiante no ramo que escolheu. “Agente ganha pela produtividade e com o novo emprego vou ganhar mais”, comemora.

Compartilha da mesma opinião Fábio Cardoso, 32 anos. Ele trabalhou por 19 anos no lixão e pouco mais de 2 anos faz parte da Coopernova. “Nós fizemos curso e somos capacitados. Hoje eu tenho vários direitos trabalhistas, que antes não tinha”, diz.

O superintendente estadual da Funasa, Aristides Ortiz, diz que o órgão tem sido parceiro e está pronto para prestar assessoria técnica para as associações e cooperativas. “O repasse financeiro deve acontecer depois que for constituída a rede no Estado por meio do programa do Governo Federal Cataforte”, diz.

A Lei 12.305 de 2010, que prevê o fim dos lixões até agosto deste ano, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, porém em Campo Grande esta questão está na justiça. O consórcio CG Solurb assumiu a coleta, transporte e destinação do lixo, em 2012. De acordo com o contrato, a Solurb deveria receber R$ 1,3 bilhão da prefeitura, ao longo de 25 anos, para gestão dos resíduos sólidos na Capital.

Em fevereiro deste ano, o MPE (Ministério Público Estadual) pediu a anulação do contrato, com prazo de 180 dias para que o poder público assuma a gestão dos resíduos sólidos ou faça nova licitação. Esse prazo, portanto, vence em agosto. Se não for cumprido, o MPE deve entrar com ação civil pública e ação de improbidade administrativa contra o gestor municipal.

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