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Meio Ambiente

Do alto de serra, inteligência artificial começa a "vigiar" Pantanal contra fogo

"Abrace Pantanal" é força-tarefa que monitora 2,5 milhões de hectares para prevenir incêndios

Caroline Maldonado | 09/06/2022 11:03
Representantes de empresas, Governo de MS e entidades envolvidas no projeto "Abrace Pantanal", durante lançamento na Serra do Amolar, no Pantanal. (Foto: Divulgação/IHP)
Representantes de empresas, Governo de MS e entidades envolvidas no projeto "Abrace Pantanal", durante lançamento na Serra do Amolar, no Pantanal. (Foto: Divulgação/IHP)

Depois de muito planejamento e do transporte de três toneladas de material serra acima, começou a funcionar na quarta-feira (8) o "Abrace Pantanal", força-tarefa que monitora e previne incêndios em 2,5 milhões de hectares. Câmeras cobrem quase 500 mil hectares com inteligência artificial.

A primeira fase do projeto é uma “revolução” na prevenção do fogo, que nos últimos anos, assolou o bioma, em especial em 2020, quando mais de 1 milhão de hectares foram queimados, conforme Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Agora, câmeras de monitoramento via rádio de 360º, inteligência artificial e brigadas do Corpo de Bombeiros atuam com base em um software que detecta fogo no Pantanal em apenas três minutos, o que levava horas quando dependiam dos satélites. Cada equipamento é mantido por energia solar.

Batizado como Pantera, o software é da empresa de tecnologia paulista Um Grau e Meio, que atua em parceria com a Brigada Aliança, o IHP (Instituto Homem Pantaneiro) e o polo socioambiental Sesc Pantanal. A compra dos equipamentos foi patrocinada pela multinacional JBS.

Serra do Amolar, no Pantanal, onde fica central de monitoramento por câmeras em sistema via rádio. (Foto: Rogério Chelotti/Divulgação/Governo MS)
Serra do Amolar, no Pantanal, onde fica central de monitoramento por câmeras em sistema via rádio. (Foto: Rogério Chelotti/Divulgação/Governo MS)

O projeto traz esperança para reduzir a quantidade de incêndios neste ano. Em dias nublados, como hoje, era muito difícil detectar incêndios, segundo o presidente do IHP, Ângelo Rabelo.

“Essas primeiras horas, tem sido muito positivo o uso do sistema, porque traz, de fato, possibilidade de ter domínio de um milhão de hectares, por meio de uma tela de televisão, o que é um privilégio e uma ousadia. É uma revolução e só funciona porque temos parceria com brigadas para o combate efetivo, setor público e privado. Tivemos também apoio do ICMBio, que subiu as 3 toneladas de equipamento na Serra do Amolar”, comemorou Rabelo, referindo-se também ao apoio do governo do Estado ao projeto.

Serra do Amolar - O centro de monitoramento fica na Serra do Amolar, uma das mais belas paisagens pantaneiras, com altitude de 581 metros, na fronteira do Brasil com a Bolívia.

A serra teve mais de 90% da rede de proteção ambiental afetada pelos incêndios de 2020. No local, atua um responsável técnico. “Agora, estamos providenciando estagiários para atuar também no monitoramento”, conta Rabelo.

As primeiras horas de funcionamento já detectaram focos de incêndio. "Mas o processo está sendo refinado para avaliar as detecção e a validade ou não do foco. É uma inteligência artificial", detalha. A segunda etapa do projeto prevê a instalação de mais câmeras, segundo Rabelo.

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