Estudo mostra reflexo de cheias e secas no Pantanal sobre ribeirinhos
Os resultados de um projeto que começou em julho de 2012 com o objetivo de avaliar as mudanças climáticas no Pantanal e os impactos sofridos por comunidades da região foram apresentados na manhã desta quinta-feira (20) em Campo Grande. O relatório produzido pela Ecoa (Ecologia e Ação) será entregue para Ministérios em Brasília no decorrer da semana.
Segundo uma das consultoras do projeto, Vanessa Spacki, dois grandes problemas identificados no Pantanal brasileiro em 2008 e 2011 motivaram o levantamento de como os efeitos climáticos estão mudando o bioma e alterando a vida dos ribeirinhos.
Uma grande estiagem na época da cheia, no ano de 2008, e a cheia que durou até oito meses em algumas regiões no ano de 2011 foram consideradas devastadoras para comunidades que vivem do Pantanal.
O objetivo do projeto que ganhou apoio do Ministério da Justiça era mapear os eventos climáticos em todo o Pantanal brasileiro, coletando dados dos próprios moradores da região, avaliar os efeitos e impactos, informar os moradores e apresentar propostas para melhorar a condição das comunidades e do bioma.
Equipes percorreram todo o Pantanal tanto em Mato Grosso do Sul como Mato Grosso durante sete meses e mais de 121 moradores foram entrevistados. Os problemas identificados pelas equipes foram vários entre eles a duração das cheias que passou de seis meses para um mês, secas de córregos e bacias, efeito maré, aumento de calor, sensação térmica e queimadas.
Vanessa explica que as consequências dos efeitos climáticos já são conhecidas por quem vive no Pantanal. “Houve diminuição de frutos, desbarrancamento e assoreamento de rios. Nosso objetivo é auxiliar na manutenção do Pantanal e das comunidades”, diz.
Entre as propostas apresentadas no relatório, estão a instalação de mais estações telemétricas em pontos estratégicos, com o objetivo de monitorar eventos climáticos com a maior antecedência possível e a integração com a Defesa Civil dos municípios. A saúde das comunidades e moradias adaptadas também estão entre as propostas do projeto.
No encontro promovido pela Ecoa na manhã desta quinta-feira, estavam pesquisadores de universidades, moradores de várias regiões do Pantanal em Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, pescadores e representantes de prefeituras.
Autoridades de Mato Grosso do Sul também devem receber o relatório ainda esta semana, conforme a Ecoa.