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Meio Ambiente

Operação resgata 170 filhotes de papagaios das mãos de traficantes

A ação foi desenvolvida pelo Imasul, Ibama e policiais militares ambientais, na região do Vale do Rio Ivinhema

Viviane Oliveira | 25/11/2019 09:59
Aves foram levadas para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande, ondem recebem atendimento adequado (Foto: divulgação/Imasul)
Aves foram levadas para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande, ondem recebem atendimento adequado (Foto: divulgação/Imasul)

A operação Bocaiuva resgatou 170 filhotes de papagaios em três ocorrências realizadas de agosto a outubro deste ano, em Ivinhema, distante 282 quilômetros de Campo Grande. As aves foram levadas para o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), onde recebem os cuidados para que sobrevivam e depois sejam devolvidas à natureza. 

A ação foi desenvolvida por fiscais do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e policiais militares ambientais, na região do Vale do Rio Ivinhema para reprimir o tráfico de animais silvestres. 

Segundo a zootecnista Ana Paula Felício, coordenadora da Unidade de Fauna da Gerência de Recursos Pesqueiros e Fauna do Imasul, apesar do aparato repressivo, o fim do tráfico de animais silvestres depende muito mais da consciência ambiental da população. “Enquanto tiver gente que compre, vai ter quem se arrisque a traficar”, disse. 

Há criadores autorizados que comercializam papagaios verdadeiros, a espécie mais cobiçada porque imita com bastante perfeição a voz humana. Não há necessidade de violar os ninhos para ter um animal de estimação. Mas não é isso o que acontece. Dados do Projeto Papagaio Verdadeiro mostram que em 2018, 85% dos ninhos dessas aves foram violados na região do Vale do Rio Ivinhema, onde há maior ocorrência da espécie no Estado e também é o local preferido dos traficantes pela proximidade com São Paulo - mercado consumidor.

A zootecnista Gláucia Helena Fernandes Seixa, mestre e doutora em Ecologia e Conservação da Natureza e idealizadora do projeto Papagaio Verdadeiro, considera importante a ampliação das ações de fiscalização contra o tráfico de papagaios-verdadeiros. “Ações como essas devem se repetir todos os anos, no período reprodutivo da espécie (agosto a novembro) ”, completou.

Nesse ano, a operação se concentrou nos municípios de Novo Horizonte do Sul, Jateí e Ivinhema. Em 2020, a ação deve chegar aos municípios de Bataguassu, Batayporã, Itaquiraí, Nova Andradina, Naviraí e Taquarussu, áreas onde há ocorrências de apreensão de filhotes, conforme dados da PMA.

Desde 2014 o papagaio-verdadeiro está classificado como “quase ameaçado” pelo Ministério do Meio Ambiente, explicou Gláucia. Isso acontece por culpa do tráfico de animais silvestres. É importante o envolvimento de toda população nessa luta para coibir e combater o crime. Qualquer suspeita deve ser comunicada às Polícias Militar Ambiental, Militar, Federal, Rodoviária Federal ou Civil, ou ainda aos fiscais ambientais. O telefone do Ibama para denúncias é 0800 618080.

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