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Meio Ambiente

Queimadas caem 92% e brigadistas trocam combate ao fogo por reflorestamento

Equipes trabalham com plantio de mudas e manutenção de maquinários apesar da tempo seco

Por Inara Silva | 08/07/2025 17:09
Queimadas caem 92% e brigadistas trocam combate ao fogo por reflorestamento
Equipes da Brigada Alto Pantanal trabalha no plantio de mudas. (Foto: Instituto do Homem Pantaneiro)

As equipes de combate a incêndios florestais estão focadas em ações preventivas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Em 2024, nesta época, as queimadas e focos avançavam pela região. Neste ano, por conta das chuvas e temperaturas mais baixas, houve queda significativa nas queimadas e os brigadistas têm atuado na recuperação de matas e manutenção de maquinários.

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As equipes de combate a incêndios florestais no Pantanal sul-mato-grossense estão focadas em ações preventivas em 2025. Com o aumento das chuvas e temperaturas mais baixas, houve redução de 92% nas áreas queimadas em comparação ao mesmo período do ano anterior. Na Serra do Amolar, em Corumbá, a Brigada Alto Pantanal recuperou 30 hectares de mata com plantio e dispersão de sementes. Na Baía Negra, em Ladário, voluntários preparam maquinários para aceiros. O Instituto do Homem Pantaneiro investe até R$ 1 milhão anualmente nas ações de proteção ambiental da região.

Na Serra do Amolar, em Corumbá, a Brigada do Alto Pantanal está concentrada na recuperação de áreas e no plantio de mudas. Somente este ano, os brigadistas conseguiram recuperar 30 hectares de mata com o plantio e dispersão de sementes, trabalho feito com novas técnicas e equipamentos.

Na Baía Negra, em Ladário, os voluntários trabalham na preparação dos maquinários para iniciar os aceiros no mês de agosto. “Nossa Baía está verdinha”, comemora Virgínia Paz, que está à frente de uma brigada voluntária comunitária composta por sete mulheres e quatro homens. “Todos são atuantes”, reforça a coordenadora.

Queimadas caem 92% e brigadistas trocam combate ao fogo por reflorestamento
Equipe da Baía Negra trabalha na limpeza nas bordas do rio (Foto: Arquivo Vigínia Paz)

No fim de semana passada, o grupo fez a limpeza nas bordas do rio e atuou na educação ambiental com a comunidade. Virgínia Paz afirma que,  neste ano, o Pantanal teve uma vazante muito boa e acredita que o índice de queimadas seja menor que anos anteriores. “Estamos no processo de preparação dos maquinários, manutenção dos equipamentos para iniciarmos os aceiros preventivos em agosto”, complementa Virginia ao lembrar que as equipes aguardam ainda os equipamentos de proteção e segurança.

Recuperação de áreas

A Brigada Alto Pantanal trabalha com 10 profissionais que têm dedicação exclusiva e atua, prioritariamente, na Serra do Amolar (que tem 200 mil hectares)  e no entorno, com ações em escolas e nas comunidades. Segundo o diretor-presidente do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro), Ângelo Rabelo, o trabalho da equipe é permanente e abrange a abertura de aceiros, áreas de acesso e rotas de fuga - que são os caminhos para que os animais possam fugir do fogo. Além disso, os brigadistas trabalham na produção de mudas e restauração de áreas degradadas.

Queimadas caem 92% e brigadistas trocam combate ao fogo por reflorestamento
Brigadistas recuperam áreas na Serra do Amolar (Foto: IHP)

Para a realização deste trabalho, conforme Rabelo, o IHP investe de R$ 800 mil a R$ 1 milhão por ano. O diretor explica que para a proteção da Serra do Amolar é preciso manter a estrutura permanente, assim evita-se a dispersão das equipes e a perda de bons profissionais.

O diretor lembra que em 2024 foram destruídos 2,5 milhões de hectares no Pantanal, sendo 40 mil hectares somente na Serra do Amolar. Na avaliação de Rabelo, esse ano a situação do Pantanal está bastante positiva, o rio Paraguai está com 3,5 metros de altura, sendo que já atingiu níveis históricos.

Chuvas

Em 2025, de dezembro a abril, choveu bastante no Pantanal o que resultou na baixa dos registros de incêndios florestais. Neste ano, houve queda de 92% nas áreas queimadas, passando de 595.728 hectares para 42.840 hectares comparando de janeiro a junho deste ano com o mesmo período do ano passado.

Queimadas caem 92% e brigadistas trocam combate ao fogo por reflorestamento
A brigadista Virgínia Paz durante ação na Baía Negra (Foto: Arquivo Virgínia Paz)

De acordo com o Cemtec/MS  (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), que tem  47 pontos de monitoramento do clima no Estado, somente no mês de junho, houve aumento de 200% na incidência de chuvas em Costa Rica e Chapadão do Sul. Embora em outros pontos tenha chovido menos do que o esperado, isso não significa que houve seca ou estiagem. A coordenadora do Cemtec/MS explica que em Corumbá, por exemplo, em um ponto teve déficit de 39%, mas nos outros dois pontos do município os acumulados superaram a média em 40% e 106%, ou seja, o município superou a média.

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