ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 29º

Meio Ambiente

"Sala de Crise" vai tentar diminuir impactos da seca no Pantanal

"Sala" é composta por técnicos, autoridades ambientais de MS e MT e representantes de organizações civis

Adriano Fernandes | 23/09/2020 20:08
Ave sobre tronco no leito de um dos rios da região pantaneira. (Foto: Silas Lima)
Ave sobre tronco no leito de um dos rios da região pantaneira. (Foto: Silas Lima)

Diante da seca que tem intensificado os incêndios no Pantanal e o baixo nível dos rios, a ANA (Agência Nacional de Águas) criou uma Sala de Crise, para discutir soluções capazes de diminuir os efeitos da crise hídrica em Mato Grosso do Sul e no estado vizinho, Mato Grosso. A Sala de Crise é composta por técnicos, autoridades ambientais dos dois estados e representantes de organizações civis que atuam na área.

“O objetivo é nivelar informações, promover a articulação de atores e coordenar ações de gestão de recursos hídricos para enfrentar o que vem se configurando como a pior seca já registrada na região”, comentou o secretário Jaime Verruck, titular da (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

A criação da sala de crise foi uma das pautas tratada em reunião remota, nesta última terça-feira (22), com cerca de 90 participantes entre autoridades, gestores e técnicos, incluindo também a secretária de Meio Ambiente do governo de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti.

Estima-se que os incêndios já tenham cerca de 3 milhões de hectares de vegetação pantaneira. A estiagem também tem causado redução no nível de água dos rios, em especial o Rio Paraguai, que está com o seu menor nível em 55 anos.

“Chegamos ao consenso, ouvindo as avaliações técnicas, que a situação da seca vai se agravar nas próximas três semanas, embora eu entenda que só teremos a normalidade das chuvas em três meses. Sendo assim, e mantendo todo o aparato que já disponibilizamos para fazer o combate aos incêndios, vamos continuar sofrendo, já queimaram 3 milhões de hectares e não sei mais quanto vai queimar. A situação é bastante grave”, completa Verruck.

A "Sala de Crise do Pantanal" vai se reunir novamente, de forma remota, no dia 1º de outubro, quando já devem ser propostas ações para enfrentamento do problema, de forma coordenada e conjunta. Por enquanto não há risco de desabastecimento das cidades que dependem dos principais rios do entorno pantaneiro, no entanto, a navegabilidade do rio Paraguai já foi afetada e deve piorar nos próximos dias.

Relatório apresentado pela Capitania da Marinha instalada em Ladário prevê que o nível do rio Paraguai, que já atinge a marca mais baixa na régua existente naquele ponto desde 1947, vai continuar baixando.

Os institutos de Meteorologia estimam que para as próximas três semanas o acumulado de chuvas na região do Pantanal não deva ultrapassar 17 milímetros, insuficiente para apagar os focos de incêndio. As temperaturas devem subir e a mistura de calor e baixa umidade é propícia para o fogo se alastrar.

Nos siga no Google Notícias