Sem árvores para aliviar calor, tamanduá se abriga em antigo forno de carvão
Com nova onda de calor, animais silvestres sofrem para buscar refúgio fresco e precisam improvisar
Pesquisadores do Icas (Instituto de Conservação de Animais Silvestres) divulgaram um alerta para o habitat do tamanduá-bandeira e toda a fauna que vive no Cerrado. Nos últimos dias, durante monitoramento do projeto Bandeiras e Rodovias, o indivíduo identificado como ‘Maria’ foi encontrando se protegendo do calor dentro de um antigo forno de carvão.
A imagem registrada a 200 km de Campo Grande, entre Nova Alvorada do Sul e Nova Andradina, é reflexo do desmatamento. Com as recentes ondas de calor registradas no país, os animais também acabam sofrendo.
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Na ausência de áreas verdes para se refugiarem, acabam indo em busca de lugares alternativos com um pouco de sombra.
“As árvores e florestas desempenham um papel crucial na vida do Planeta, sendo essenciais para a fauna, que nelas encontra alimento, abrigo e regulação térmica. Áreas desmatadas ou fortemente alteradas por atividades humanas afetam o comportamento e a sobrevivência do tamanduá-bandeira e de diversas outras espécies”, explicou a publicação do Icas.
A intervenção humana pode gerar habitats alternativos, intensificando interações, nem sempre positivas, entre humanos e fauna, o que é mais um desafio a ser enfrentado pelas espécies silvestres.
“Realizado através de uma parceria entre o (ICAS) e Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (@ufmsoficial ), o estudo “Activity modulation and selection for forests help giant anteaters to cope with temperature changes" mostra que a escassez das áreas florestadas no Cerrado está modificando a forma como os tamanduás-bandeira estão se movimentando, pois, com o desaparecimento de seu habitat, eles estão precisando andar cada vez mais para encontrar locais que ofereçam abrigo térmico e isso aumenta também as chances de colisões veiculares, colocando em risco a vida de todos”, alerta.
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