ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 31º

Meio Ambiente

Sindicância vai apurar falha na soldagem de jaula de onça fugitiva

Fernanda França e Danúbia Burema | 30/12/2010 16:53

Cras vai apurar se houve erro na construção do recinto

Buscado aberto pela onça durante a madrugada. (Foto: João Garrigó).
Buscado aberto pela onça durante a madrugada. (Foto: João Garrigó).

O Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) fará uma sindicância para averiguar se houve falha humana na soldagem da grade em que ficava a onça “fujona”. O animal ficou dois meses desaparecido e escapou apenas dois dias depois de ser recapturado.

A onça abriu um buraco de 25 centímetros na grade de proteção do recinto de 112 metros quadrados onde estava abrigada. Para isso, usou os dentes e as unhas.

Segundo o biólogo Élcio Borges, coordenador do Cras, a construção da jaula, que custou R$ 130 mil, foi feita de acordo com as normas do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).

Entretanto, esta mesma norma não dita regras acerca da espessura da grade. Conforme o coordenador, o recinto em que a onça estava foi feito com barras de 12 milímetros, dispostas em forma de xadrez. Cada quadrado tem cerca de três centímetros.

A onça “roeu” a solda do canto da grade e conseguiu destruir sete destes quadrados. No buraco aberto pelo animal ficaram apenas pelos, indício de que ela não se machucou durante a fuga.

A grade foi feita por uma empresa terceirizada, que não teve o nome revelado. Questionado se o material usado é resistente, Élcio Borges disse que este tipo de aço é utilizado em vários zoológicos brasileiros, para várias espécies de animais.

Mesmo assim, reconheceu que é impossível medir a força de um felino deste porte.

Durante entrevista coletiva, o coordenador do Cras disse que não é possível saber a hora exata em que o animal deixou a jaula. O caseiro descobriu a fuga por volta das 6h da manhã, durante uma vistoria de rotina.

No recinto onde a onça ficava, a grade do teto e também das laterais está amassada, o que mostra a insistência do animal em fugir.

O biólogo responsável pelo Cras disse que ela chegou ao local bastante estressada, na última terça-feira, mas que conseguiu se alimentar.

Armadilhas

Para tentar recapturar a onça, Cras e PMA (Polícia Militar Ambiental) se mobilizaram, seguiram as pegadas da onça e instalaram três armadilhas na mata do Parque Estadual do Prosa.

O parque foi interditado para que os rastros do felino sejam preservados.

A equipe de buscas é composta por 19 pessoas, sendo 12 do Cras e 7 da PMA. Inicialmente, foi cogitada a possibilidade de novamente utilizar cães farejadores, mas a hipótese foi descartada.

O biólogo responsável pelo Cras garante que o animal não oferece perigo aos visitantes do Parque das Nações Indígenas e nem da Cidade do Natal.

A possibilidade mais concreta é que ela permaneça escondida na mata.

O bicho

A onça pintada de aproximadamente 10 meses de idade foi resgatada de uma fazenda em Água Clara quando tinha apenas 2 meses de vida.

Segundo os biólogos, ela continuaria sobrevivendo na mata, por instinto, mas se retornou ao Cras para se alimentar, é sinal de que tem dificuldades de encontrar alimento sozinha.

Como ela foi criada em cativeiro e perdeu o medo das pessoas, ela pode acabar se aproximando de alguém em busca de comida.

Quem tiver alguma pista do animal “fujão” pode telefonar para a PMA no número 3314-4920.

Nos siga no Google Notícias