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Meio Ambiente

Tensão volta à fazenda, onde Guarani-Kaiowás permanecem acampados

Os indígenas ocupam a área em protesto contra a pulverização de agrotóxicos na região

Por Inara Silva | 28/09/2025 15:00


RESUMO

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A tensão permanece na fazenda Ipuitã, em Caarapó (MS), onde indígenas Guarani-Kaiowá estão acampados há uma semana. No domingo, a Polícia Militar tentou impedir o acesso de pessoas ao local e destruiu uma barraca que abrigava uma família com três crianças, incluindo um recém-nascido. O protesto ocorre contra a pulverização de agrotóxicos na área, que integra a Terra Indígena Guyraroká. O território de 11,4 mil hectares foi reconhecido em 2009, mas teve sua demarcação anulada pelo STF em 2014, com base na tese do marco temporal. Atualmente, apenas 50 hectares são ocupados pelos indígenas.


Hoje completa uma semana que os Guarani-Kaiowás da Terra Indígena Guyraroká estão acampados na Fazenda Ipuitã, em Caarapó, a 274 km de Campo Grande. Após conflitos com policiais e seguranças, despejos e retornos à área, a tensão voltou à região na manhã deste domingo.

Segundo publicação da Aty Guasu, a Polícia Militar tentou impedir que algumas pessoas retornassem ao encontro da comunidade que está no local. Houve intimidação e ameaça de uso da força, mas, em vídeo, os indígenas afirmam que há um acordo com a Força Nacional para que os policiais não intervenham.

Sem poder passar pela porteira, as pessoas aparecem em vídeo gritando: "Jamais deixaremos nosso povo sozinho" e "A gente não quer a violência, a gente quer a nossa terra".

Chove na região e, segundo uma liderança presente no acampamento, os policiais destruíram uma barraca de lona que pertencia a uma família de cinco pessoas — um casal, três filhos, incluindo duas crianças de 7 e 5 anos e um recém-nascido. Os desabrigados foram acolhidos pelos demais indígenas.

Tensão volta à fazenda, onde Guarani-Kaiowás permanecem acampados
Policiais impedem passagem de indígena hoje pela manhã (Foto: Reprodução do vídeo)

Força-tarefa - Na quinta-feira (25), o ministro em exercício dos Povos Indígenas, Eloy Terena, se reuniu com o governador Eduardo Riedel, em Campo Grande, para discutir mediação de conflitos fundiários no Estado e ficou definida a criação de uma força-tarefa conjunta para acelerar soluções jurídicas e aprimorar a atuação das forças de segurança junto às comunidades.

Protesto - Os indígenas ocupam a área em protesto contra a pulverização de agrotóxicos, que, segundo eles, tem causado adoecimento e gerado insegurança hídrica e alimentar para a comunidade.

A Fazenda Ipuitã está sobreposta ao território tradicional, que teve 11,4 mil hectares reconhecidos como posse indígena pelo Ministério da Justiça em 2009. Em 2014, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) anulou a demarcação, aplicando a tese do marco temporal, sem consultar a comunidade. Hoje, apenas 50 hectares permanecem ocupados pelas famílias na Terra Indígena Guyraroká.

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