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Meio Ambiente

Trecho da Afonso Pena é local mais perigoso para capivaras, aponta estudo

As 'andanças' de cinco famílias, que habitam o Parque das Nações Indígenas, foram registradas via satélite

Danielle Valentim | 05/02/2018 12:29
50 capivaras, que já foram examinadas por especialistas, têm brincos nas orelhas. Outros 15 animais possuem colares de GPS. (Foto: Luiz Gustavo Oliveira Santos)
50 capivaras, que já foram examinadas por especialistas, têm brincos nas orelhas. Outros 15 animais possuem colares de GPS. (Foto: Luiz Gustavo Oliveira Santos)

O monitoramento por brincos e colares com GPS de capivaras do Lago do Amor, extensão do Rio Anhanduí, Parque das Nações Indígenas e Parque do Sóter, nos últimos três anos, já identificou pontos mais arriscados para a travessia e 'andanças' das famílias mamífero roedoras. O trabalho é desenvolvido pelo setor de Ecologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em parceria com o MPE (Ministério Público Estadual).

O professor da UFMS, Luiz Gustavo Oliveira Santos, especialista em populações de animais silvestres, explica que mais de 50 capivaras, que já foram examinadas por especialistas, têm brincos nas orelhas. Outros 15 animais possuem colares de GPS para que o deslocamento seja acompanhado.

Não há um número exato de animais em Campo Grande, mas só no Parque das Nações Indígenas existem cerca de 350 animais, divididos em cinco famílias. É nesta região, na altura da Cidade do Natal, um dos pontos mais arriscados para as famílias atravessarem.

Cinco famílias vivem no Parque das Nações Indígenas. Área coloridas mostram as 'andanças' dos animais. (Foto: Divulgação)
Cinco famílias vivem no Parque das Nações Indígenas. Área coloridas mostram as 'andanças' dos animais. (Foto: Divulgação)

“Como elas andam sempre em famílias, o monitoramento mostra por onde passam, onde costumam ir, quais os horários que mais se movimentam e qual ponto mais usado para a travessia. Três famílias, moradoras do Parque das Nações Indígenas, costumam atravessar a Afonso Pena, na altura da Cidade de Natal, para comer em um terreno baldio. Elas também chegam a migrar para o Parque do Sóter, porém vão pelo rio, e não pelas vias”, relata.

O professor pontua que, até agora, o monitoramento comprovou que esses animais dificilmente saem dos parques, pois ficam a maior parte da vida nesses locais.

Capivaras de Campo Grande não apresentaram problemas de saúde nos exames realizados pelos pesquisadores. (Foto: Luiz Gustavo Oliveira Santos)
Capivaras de Campo Grande não apresentaram problemas de saúde nos exames realizados pelos pesquisadores. (Foto: Luiz Gustavo Oliveira Santos)
Informações do GPS são repassadas ao MPE, que solicita a colocação de placas e até radares nas vias onde as capivaras circulam. (Foto: Direto das Ruas)
Informações do GPS são repassadas ao MPE, que solicita a colocação de placas e até radares nas vias onde as capivaras circulam. (Foto: Direto das Ruas)

Sinalização - As informações do GPS são repassadas ao MPE, que solicita a colocação de placas e até radares nas vias onde as capivaras circulam. A sinalização é uma forma de deixar os motoristas mais atentos e assim evitar acidentes. A qualquer hora do dia as capivaras atravessam o asfalto, o que exige atenção dos condutores.

Animais saudáveis - As capivaras de Campo Grande não apresentaram problemas de saúde, como vírus da febre maculosa, nos exames realizados pelos pesquisadores da Universidade. O assunto chegou a ser tema de debate na Câmara Municipal de Campo Grande, liderado pelo vereador Veterinário Francisco Gonçalves de Carvalho, do PSB, o primeiro a sugerir que os bichos fossem castrados.

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