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Meio Ambiente

Último fim de semana antes da proibição da pesca movimenta pesqueiros de MS

A atividade ficará suspensa em todos os rios estaduais de 5 de novembro a 29 de fevereiro, devido à piracema

Por Mylena Fraiha | 01/11/2025 12:50
Último fim de semana antes da proibição da pesca movimenta pesqueiros de MS
Homens durante pesca no Rio Paraguai (Foto: Arquivo/Saul Schramm).

Neste último fim de semana, entre sábado (1) e domingo (2), antes do início do período de proibição da pesca nos rios de Mato Grosso do Sul devido à piracema, pesqueiros às margens dos rios Paraguai e Miranda registraram aumento nas visitas. A pesca ficará suspensa em todos os rios estaduais de 5 de novembro de 2025 a 29 de fevereiro de 2026.

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Pesqueiros às margens dos rios Paraguai e Miranda, em Mato Grosso do Sul, registraram aumento nas visitas no último fim de semana antes do início da Piracema. A pesca ficará suspensa em todos os rios estaduais de 5 de novembro de 2025 a 29 de fevereiro de 2026, exceto na calha do Rio Paraná, que segue legislação federal. Proprietários de pousadas relatam estabelecimentos lotados e observam que alguns peixes já iniciaram o processo de reprodução. Durante o defeso, apenas ribeirinhos e comunidades tradicionais poderão pescar para subsistência, com limite de três quilos ou um exemplar por dia. Infrações podem resultar em prisão e multas de até R$ 100 mil.

A reprodução dos peixes marca o início da Operação Piracema, durante a qual a pesca fica proibida em todo o país. Nesse período, as autoridades intensificam o monitoramento dos rios para garantir a renovação natural dos estoques pesqueiros e a conservação dos ecossistemas aquáticos. Apenas na calha do Rio Paraná, que segue legislação federal, a proibição começa em 1º de novembro e vai até 28 de fevereiro de 2025.

Na região de Miranda, a 208 km de Campo Grande, donos de pousadas e pesqueiros perceberam o aumento de visitantes que quiseram aproveitar os últimos dias de pesca no Rio Miranda.

Último fim de semana antes da proibição da pesca movimenta pesqueiros de MS
Newton mostra exemplar de peixe que foi pescado no Rio Miranda; ele é um dos proprietários de pesqueiros que notou o aumento na movimentação antes da piracema (Foto: Redes sociais).

O proprietário do Rancho Chuli, Newton Soares Ferreira, foi um dos que notaram que o movimento cresceu nas últimas semanas, à medida que se aproximava o fechamento dos rios para o período da piracema.

Newton também menciona que, antes mesmo do início oficial do defeso, alguns peixes já haviam começado a subir os rios para se reproduzir, algo observado por outros pescadores da região ao longo da semana.“Esse final de pesca está sendo muito bom. Meu rancho fica no Rio Miranda, que está bastante cheio, e tem subido muito peixe. O pessoal está aproveitando bastante”, relata.

Ele explica que durante o período de defeso o Rancho Chuli continuará aberto, mas sem pesca. “Fica aberto para o pessoal que gosta de passar o final de semana na beira do rio; também oferecemos passeios durante o defeso, mas sem nenhum apetrecho de pesca”, destaca.

Último fim de semana antes da proibição da pesca movimenta pesqueiros de MS
Barcos do Rancho Chuli ficam às margens do Rio Miranda (Foto: Redes sociais).

Também na região de Miranda, o proprietário da Pousada Paraíso, Rogério Iehle Walter, afirma que os locais que oferecem pesca no Rio Miranda ficaram lotados neste fim de semana. “Estão todos cheios, apesar do rio estar mais baixo”, comenta.

Rogério observa que o movimento foi melhor este ano do que em 2024, quando o Rio Miranda passou por uma longa estiagem, chegando a 115 cm em 30 de setembro, conforme boletim do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) com dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). “Este ano foi bom depois que encheu. Antes estava tudo parado”, relembra.

Ele também notou que, antes da data oficial da piracema, muitos peixes já estavam subindo o rio para a desova. Por isso, acredita que o fechamento deveria ter sido antecipado. Durante o período de defeso, a pousada ficará fechada para reformas.

“Pra cima tem muito peixe, mas todos com ovas. O ideal seria o fechamento dessa pesca em 1º de outubro, coitados desses peixes nas cabeceiras. Sem contar que alguns pescadores não respeitam o pesque e solte. O que eles pegam, eles levam. Não respeitam a cota”, critica Rogério.

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Getúlio mostra exemplar de dourado coletado do Rio Paraguai, na região de Corumbá; ele diz que sua pousada está lotada neste final de semana (Foto: Arquivo pessoal).

A movimentação também tem sido grande em Corumbá, a 428 km da Capital, onde pesqueiros, hotéis e pousadas recebem turistas atraídos pela pesca no Rio Paraguai. O proprietário da Pousada Vida Selvagem, Getúlio de Souza Magno, conta que seu hotel está lotado e acredita que isso se deve à proximidade do período de defeso.

“Estamos com 16 casais fazendo pescaria nesse encerramento da pesca”, relata. “Temos muitos clientes que voltam constantemente e, como vai encerrar a pesca, a turma aproveita para garantir a última pescaria antes da piracema”, explica Getúlio.

Durante o defeso, a pousada opta por fechar, após meses de trabalho intenso. “De fevereiro a novembro, trabalhamos das 4h30 às 23h, todos os dias. É muito cansativo”, comenta. “Nem que tivesse opção de passeio, a gente ia querer”, completa.

Proibição - A coordenadora-geral de Gestão Participativa Continental da Secretaria Nacional de Pesca Artesanal, Bianca Larissa de Mesquita Sousa, explica que a piracema é essencial para o equilíbrio ambiental. “É um momento crucial para a desova e o nascimento de novos peixes, o que garante a reposição natural das espécies e a continuidade da pesca no futuro”, afirmou, por meio da assessoria de imprensa.

Durante o defeso, apenas ribeirinhos e comunidades tradicionais poderão pescar para subsistência, limitados a três quilos ou um exemplar por dia, dentro das medidas regulamentadas. A comercialização do pescado permanece proibida.

Último fim de semana antes da proibição da pesca movimenta pesqueiros de MS

Os interessados em aproveitar os últimos dias da temporada precisam emitir a Licença Ambiental para Pesca no site do Imasul, que também disponibiliza uma cartilha com orientações sobre espécies, tamanhos e pesos permitidos.

Quem for flagrado pescando ilegalmente pode ser preso em flagrante e ter seus equipamentos apreendidos, como barcos, motores e veículos usados. O crime prevê pena de um a três anos de prisão e multas que variam de R$ 700 a R$ 100 mil, acrescidas de R$ 20 por quilo de peixe apreendido.

A população pode denunciar infrações ambientais pelo telefone 181. As denúncias são anônimas e o sigilo da fonte é garantido.

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