Com contas atrasadas em casa, motoristas torcem por acordo e retorno ao trabalho
Trabalhadores afirmam que retorno depende da quitação integral dos salários de novembro e do décimo terceiro
Dezenas de motoristas do Consórcio Guaicurus foram, nesta terça-feira (16), à sede do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, no Parque dos Poderes, em Campo Grande, para acompanhar a audiência que discute a greve do transporte coletivo urbano na Capital. A paralisação é mantida mesmo após decisão judicial que determinou a circulação mínima de 70% da frota.
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Motoristas do transporte coletivo de Campo Grande acompanharam audiência no Tribunal Regional do Trabalho nesta terça-feira (16), em busca de solução para a greve que afeta a cidade. A paralisação ocorre devido ao não pagamento integral dos salários de novembro e do 13º salário pelo Consórcio Guaicurus. Os trabalhadores relatam dificuldades para pagar contas básicas como água, luz e aluguel. O Consórcio alega problemas financeiros e atrasos nos repasses da Prefeitura, que nega irregularidades. A categoria aguarda decisão judicial e se dispõe a retornar ao trabalho assim que os pagamentos forem regularizados.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande a categoria permanece em greve devido ao não pagamento integral dos salários referentes ao mês de novembro e do 13º salário. De acordo com o sindicato, o Consórcio Guaicurus quitou apenas parte dos valores devidos, e o retorno ao trabalho está condicionado ao pagamento total dos débitos.
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Enquanto os trabalhadores cobram a regularização dos salários, o Consórcio Guaicurus alega dificuldades financeiras e afirma que há valores em atraso por parte da Prefeitura. A administração municipal, por sua vez, sustenta que os repasses estão em dia e que o problema não decorre de falhas do poder público.

Entre os motoristas que acompanharam a audiência está Fernando Chaves, de 51 anos, que trabalha há três anos no consórcio. Ele afirmou que a expectativa é de que a reunião resulte em uma solução que permita o retorno imediato ao trabalho. “A gente espera que saia uma decisão para a gente trabalhar. Se Deus quiser, que eles resolvam isso certo e a gente volte, porque precisamos trabalhar”, disse.
Fernando relatou que a falta do salário tem causado impacto direto na rotina familiar. “Ficar esse mês sem receber foi complicado. As contas chegam, água, luz, aluguel estão atrasados. Isso impacta muito não só a gente, mas a população inteira. Eu mesmo transporto cerca de 300 pessoas por dia. O que resolver agora para nós aqui é satisfatório, mas a esperança é trabalhar amanhã”, afirmou.
Outro motorista, que preferiu não se identificar, disse que a categoria aguarda uma definição positiva na audiência e que há expectativa de pagamento nos próximos dias. “A gente espera que a reunião seja positiva. Estão falando que o pagamento pode cair hoje ou amanhã para a gente retornar ao trabalho. Para nós, isso é o mais importante: receber e continuar trabalhando”, afirmou.
Segundo ele, o atraso se refere exclusivamente ao salário de novembro. “De dezembro ainda não recebemos, porque seria pago em janeiro. O problema é novembro, que não foi pago. Isso dificulta muito, principalmente para quem tem família e filhos. Falta dinheiro para comida, para pagar água, luz, manter a casa”, relatou.
Outro trabalhador, também com cerca de três anos de atuação no consórcio, destacou que a paralisação afeta toda a cidade. “Tanto os motoristas quanto a população precisam do transporte público. Isso influencia a cidade inteira, está tudo parado”, disse. Ele reforçou que o atraso do salário compromete o planejamento financeiro dos trabalhadores. “Muita coisa fica pendente, como cartão de crédito e contas básicas, porque a gente se organiza contando com o pagamento”, afirmou.
Apesar das dificuldades, os motoristas afirmam que a greve não é um desejo da categoria, mas uma consequência da falta de pagamento. Eles dizem estar dispostos a retomar as atividades assim que os valores atrasados forem quitados. A expectativa dos trabalhadores é de que a audiência no TRT resulte em uma conciliação que garanta o pagamento dos salários e permita a normalização do transporte coletivo em Campo Grande.



