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Política

Aposentados devem receber auxílio saúde de R$ 300

Projeto será votado na próxima semana e vai beneficiar 11 mil servidores inativos no Estado

Por Natália Olliver e Gabriela Couto | 27/03/2024 11:16
Aposentados segurando faixas em protesto na Assembleia (Foto: Paulo Francis)
Aposentados segurando faixas em protesto na Assembleia (Foto: Paulo Francis)

Após pressão dos aposentados, deputados estaduais se reuniram na manhã desta quarta-feira (27) para anunciar que o governador Eduardo Riedel (PSDB) estendeu a proposta inicial de auxílio médico, que contemplava apenas quem ganha até R$ 3 mil, para quem ganha até R$ 7.621,00, teto do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). O projeto deve ser votado na próxima semana e será pago, de forma retroativa, a partir de abril.

Rodrigo Perez, secretário de Governo e Gestão Estratégica, disse que o benefício vai atender 11 mil servidores inativos. Ele também pediu celeridade para que os deputados votem na proposta, e, assim, seja liberado o valor o quanto antes.

Rodrigo Perez, secretário de Governo e Gestão Estratégica (Foto: Paulo Francis)
Rodrigo Perez, secretário de Governo e Gestão Estratégica (Foto: Paulo Francis)

Já o secretário estadual de Administração, Frederico Fellini, ressaltou a sensibilidade do governo com a pauta e a cautela que a gestão teve até conseguir atingir o objetivo, que, segundo ele, é mitigar a classe dos aposentados. "O estudo do orçamento chegou ao teto do INSS. Isso gera um impacto de R$ 3,2 milhões por mês". disse.

Ele esclarece que ainda vai ser apresentado o projeto de lei definindo a alíquota patronal.

"Isso é uma situação nacional e já atingiu vários estados com contas feridas e sociedade prejudicada. Esse novo projeto de lei vai ter que passar por estudo e depois pelo conselho da Ageprev (Agência de Previdência do Mato Grosso do Sul) para depois criar a proposta".

Secretário estadual de Administração, Frederico Fellini (Foto: Paulo Francis)
Secretário estadual de Administração, Frederico Fellini (Foto: Paulo Francis)

Deputado estadual Paulo Duarte (PSB) sugeriu a criação de comissão para discutir essa alíquota, o que foi acatado pela Mesa Diretora. Os nomes do grupo de parlamentares que farão a articulação da matéria com o governo serão divulgados na próxima terça-feira (2).

A aposentada Auxiliadora Darc Barbosa, de 67 anos, disse que o projeto ainda não está do jeito que eles gostariam e que a medida é paliativa. “É um abono disfarçado, mas que abriram uma discussão após nossas vindas e cobranças dos deputados, desde o ano passado. Vai passar a Semana Santa e vamos voltar. Não vamos largar um minuto sequer a luta. Agora queríamos a isenção [da alíquota] para quem tem comorbidades e que os contratados para o serviço público façam o pagamento a Ageprev não ao INSS".

Ela também comenta que os aposentados querem que o governo utilize os 140 imóveis confiscados durante a CPI da Ageprev e destinem o valor para diminuir a dívida previdenciária. "Esperamos que eles se convençam, senão vamos tomar outra providência e ir para Brasília."

Auxiliadora Darc Barbosa estava na reunião desta quarta na Assembleia (Foto: Paulo Francis)
Auxiliadora Darc Barbosa estava na reunião desta quarta na Assembleia (Foto: Paulo Francis)

Ari Ferreira, de 71 anos, está confiante com a proposta. Mesmo que não atenda completamente os pedidos dos aposentados. “Não deixou de ser um começo para nós que somos da luta. Vamos continuar insistindo. Esses R$ 300 vão ajudar aqueles mais necessitados. Somos aposentados, e não cansados. O que foi apresentado é pouco, mas é melhor que nada. Não vamos desistir".

O aposentado Ari Ferreira também participou da reunião (Foto: paulo Francis)
O aposentado Ari Ferreira também participou da reunião (Foto: paulo Francis)

Antes - Nesta quarta-feira (27), aposentados estiveram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, para pressionar os deputados e o próprio governador Eduardo Riedel. Essa não é a primeira vez que grupos ficam no átrio da Casa de Leis.

Na última quinta-feira (21), foi a vez de os professores aposentados protestarem contra os 14% de desconto na previdência. Alguns equilibraram livros na cabeça para mostrar o malabarismo que a categoria precisa fazer com o salário.

Desta vez, os cartazes cobravam o encontro com o chefe de Estado e ressaltaram que o valor é massacrante. “Governador Riedel, cadê a nossa reunião?”, “Governador Eduardo Riedel. No seu governo, aposentados não são prioridade?; ”Governador, R$ 300 de auxílio saúde é muito ofensivo. Dignidade Já”, diziam as faixas.

Manifestantes contra índice de 14% da previdência, na Assembleia (Foto: Paulo Francis)
Manifestantes contra índice de 14% da previdência, na Assembleia (Foto: Paulo Francis)

Hoje, os manifestantes se dirigiram para a porta do gabinete do presidente da Assembleia, Gerson Claro (PP), mas foram barrados pela segurança. A equipe chegou a fazer uma corrente de isolamento para evitar que os aposentados entrassem.

Ari Fereira acrescenta que a medida de contenção sempre acontece porque as autoridade "têm medo do povo". A medida de segurança não foi surpresa para Auxiliadora. Ela conta que já esperava, já que o governo trata os aposentados como "chinelos velhos e descartáveis".

Entenda - Na proposta feita pelo governo estadual para tentar minimizar os impactos do aumento de 11% para 14% na previdência, foi oferecido um auxílio saúde de R$ 300,00 para aqueles que ganham até R$ 3 mil. Agora, foi estendido o benefício para quem ganha até R$ 7 mil.

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