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Política

Bancada terá dificuldades para encontrar coordenador em 2012

Wendell Reis | 16/02/2012 17:10

Coordenador terá a missão de promover a paz entre o PMDB e o PT no Estado

Geraldo Resende é um dos protagonistas do racha entre PT e PMDB e não tem interesse em continuar na coordenação(Foto: João Garrigó)
Geraldo Resende é um dos protagonistas do racha entre PT e PMDB e não tem interesse em continuar na coordenação(Foto: João Garrigó)

O próximo coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul terá um papel fundamental: unir os deputados e senadores após a guerra iniciada com a troca no comando da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). O senador Delcídio Amaral (PT) confidenciou ao Campo Grande News que é de praxe em todos os anos trocar o coordenador da bancada, o que deve acontecer depois do Carnaval.

Delcídio acredita que o próximo coordenador de bancada terá que sair do consenso entre todos os representantes do Estado, ressaltando que o escolhido terá que dar continuidade na harmonia da bancada. O senador entende que todos devem caminhar “juntos em prol do Estado, pois a sociedade não admite desarmonia”.

O racha entre a bancada, que marchou unida em 2011, começou quando o PT tirou do PMDB o comando da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Mato Grosso do Sul, colocando Pedro Teruel no lugar de Flávio Britto. A mudança foi recebida como desrespeito e até “bofetada” no PMDB de Mato Grosso do Sul.

Após a troca na Funasa, a paz “degringolou” de vez, fazendo com que o próprio governador, André Puccinelli (PMDB), reunisse os seus aliados, Luiz Henrique Mandetta (DEM), Reinaldo Azambuja (PSDB), Edson Giroto (PMDB), Fábio Trad, Marçal Filho (PMDB) e Waldemir Moka (PMDB) para dizer que ficaria à frente da bancada em todas as decisões.

A disputa foi tão grande que chegou a superintendência do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). A indicação que antes era consenso entre todos, foi para a questão pessoal. Ao saber que o direto-geral do Dnit, Jorge Fraxe, tinha a intenção de indicar José Luiz Vianna para o cargo, Puccinelli foi até Brasília e acabou apoiando a indicação.

O apoio não foi bem recebido pelo PT e a confusão ficou maior ainda quando Vianna se reuniu com a bancada que apóia o governador para se apresentar. O encontro foi interpretado pelo PT como político e a bancada petista foi até Fraxe para reclamar. A confusão foi tão grande que o general jogou a polêmica para o colo do ministro dos Transportes, Paulo Passos. Porém, a definição ainda não saiu.

Além da confusão envolvendo indicações, os deputados ainda devem esbarrar nas campanhas para as prefeituras do Estado em outubro. Isso porque, muitos deputados federais devem concorrer às prefeituras. Só na Capital, quatro deputados – Reinaldo Azambuja (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), Vander Loubet (PT) e Edson Giroto (PMDB) – estão na briga pela prefeitura. Além disso, ainda a possibilidade de Marçal Filho (PMDB) ou Geraldo Resende (PMDB) representarem seus partidos em Dourados.

Soma-se a todos estes ingredientes a disputa entre PT e PMDB pelo maior número de cadeiras nas prefeituras e câmaras de todo o Estado. A eleição em outubro vai pavimentar o caminho de Delcídio Amaral, pelo PT, e Nelson Trad ou Simone Tebet, pelo PMDB, que devem entrar na disputa pela sucessão de Puccinelli em 2014.

Pouco interesse - Os integrantes da bancada federal não estão muito dispostos a encarar a missão que no ano passado coube a Geraldo Resende. Aliás, Geraldo é um dos primeiros a dizer que não tem vontade de continuar. O deputado disse que é preciso encontrar alguém que está disposto a assumir este sacrifício.

O deputado explica que a coordenação é apenas um trabalho a mais, obrigando a exercer a atividade, em algumas ocasiões, das 7 às 21 horas. Geraldo confidenciou que ainda não há conversa sobre o tema, mas lembra que este ano será de pouco trabalho por conta das eleições em outubro.

Antônio Carlos Biffi (PT) concorda com Resende na análise de que o coordenador terá pouco trabalho em ano eleitoral e prefere deixar o comando com o PMDB: “Está bom com o PMDB. Ninguém vem a Brasília depois do meio do ano. Está todo mundo em campanha. A maior parte dos deputados são candidatos a prefeito”.

O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM) acredita que a função deve ser ocupado por alguém da base governista, que seria do PT ou PMDB. Todavia, se diz parceiro para ajudar o escolhido, seja do PT ou PMDB. O deputado avalia que a bancada do Estado já é fraca frente a outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Assim, precisa deixar seus interesses claros. O deputado acredita que Biffi seria um excelente coordenador.

O deputado Fábio Trad (PMDB) revela que não tem interesse em ser coordenador. Ele ressalta que está no primeiro mandato e avalia que tem gente mais experiente para assumir a função. “Já tenho muitos afazeres na Câmara. Mais um eu não vou dar conta”.

Os deputados e senadores se revezam no comando da bancada. Dos seis deputados, apenas Fábio Trad e Antônio Carlos Biffi não são pré-candidatos a prefeituras. Os senadores Waldemir Moka (PMDB) Antônio Carlos Russo (PR) e Delcídio Amaral não manifestaram desejo de assumir o comando.

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