ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 19º

Política

Brasil sem Miséria quer tirar 16 milhões da extrema pobreza até 2014

Vanda Escalante | 02/06/2011 12:36
Presidente Dilma, durante cerimônia de lançamento do Plano Brasil sem Miséria. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Presidente Dilma, durante cerimônia de lançamento do Plano Brasil sem Miséria. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O Plano Brasil sem Miséria, lançado nesta quinta-feira (2) pela presidente Dilma Rousseff, tem como uma das principais metas retirar 16 milhões de pessoas da extrema pobreza até 2014, “elevando a renda per capita das famílias que vivem com até R$ 70 por mês, ampliando acesso aos serviços públicos, às ações de cidadania e às oportunidades geradas por políticas e projetos públicos”.

A cerimônia de lançamento do Plano foi realizada o final da manhã, no Paláciodo Planalto, em Brasília, com a presença de ministros, secretários, parlamentares, governadores, representantes da sociedade civil e de diversas entidades. O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), participou do evento. O programa foi apresentado pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e pela secretária extraordinária de Erradicação da Pobreza, Ana Fonseca.

O Plano Brasil sem Miséria tem como foco a capacitação das pessoas para que possam ter seu próprio sustento. O governo nega que o programa tenha a finalidade de corrigir falhas no Bolsa Família, iniciado no governo Lula, tido como maior programa governamental de transferência de renda.

Para o meio urbano, a estratégia é garantir a geração de ocupação e de renda por meio de ações como a qualificação profissional, economia solidária, o microcrédito e a participação no programa de microempreendedor individual. A meta é qualificar cerca de 2 milhões de pessoas com idade entre 18 e 65 anos. Além disso, o Plano prevê o apoio à organização produtiva dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, capacitando aproximadamente 60 mil catadores até 2014. Cerca de 260 municípios terão prioridade no atendimento.

No meio rural, a estratégia está direcionada para o aumento da produção, de forma a ampliar o rendimento e a manter o trabalhador no campo. A ideia é ampliar o acesso aos meios de produção, distribuir sementes e insumos, oferecer assistência técnica associada ao acompanhamento das famílias, ampliar o acesso aos mercados e incentivar a produção para o próprio consumo.

Além da inclusão produtiva, os outros dois eixos que irão nortear o Plano são a garantia de renda e o acesso a serviços públicos. Em relação à ampliação do acesso aos serviços públicos - entre eles saúde, educação e justiça - a intenção do plano é que isso ocorra de acordo com dois pontos: o aumento e a qualificação da oferta. No eixo da garantia de renda está a busca, identificação e inclusão de pessoas em programas como o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria.

O governo identificou, entre os fatores que mais dificultam a retirada das famílias da exclusão social, o reduzido grau de escolaridade dos que vivem na pobreza, o fato de viverem em territórios de baixo dinamismo econômico e o acesso precário a recursos, oportunidades de emprego, atividades produtivas e a serviços públicos básicos.

Bolsa Verde - Uma das estratégias do Plano Brasil sem Miséria será a criação de mais um programa de transferência de renda, o Bolsa Verde, para as famílias em situação de extrema pobreza que promovam a conservação ambiental nas áreas onde vivem e trabalham.

O Bolsa Verde pagará, a cada trimestre, R$ 300 por família que preserve florestas nacionais, reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável. O valor será transferido por meio do cartão do Bolsa Família.

Ao apresentar outras ações voltadas para as pessoas em situação de extrema pobreza no campo, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirmou que a intenção é garantir o aumento da renda e da produção dessa parcela da população.

“Acreditamos que com ações como assistência técnica, de fomento, acesso à água e energia e distribuição de sementes conseguiremos garantir que essas famílias extremamente pobres no campo aumentem sua produção e renda”, disse a ministra.

Água para todos - O Plano Brasil sem Miséria vai também ampliar o acesso à energia elétrica e à água para consumo. O programa prevê a construção de cisternas para consumo de água por 750 mil famílias nos próximos dois anos.

Até 2013, cerca de 600 mil famílias terão novas cisternas, para plantio e para criação de animais. Também haverá um kit irrigação para pequenas propriedades e recuperação de poços artesianos. O plano também prevê a implantação de sistemas complementares e coletivos de abastecimento para 272 mil famílias.

Mapa da pobreza - O Cadastro Único, que contém as informações sobre 20 milhões de famílias brasileiras beneficiadas por programas sociais, será a principal ferramenta do Plano. Em todo o Brasil, 16,2 milhões de pessoas vivem na miséria, o equivalente a 8,5 % da população. A maioria dos brasileiros em situação de extrema pobreza é negra ou parda. Maranhão, Piauí e Alagoas são os Estados com os maiores percentuais de pessoas em situação de extrema pobreza.

Na Região Nordeste estão quase 60% dos extremamente pobres (9,61 milhões de pessoas). Em seguida, vem o Sudeste, com 2,7 milhões. O Norte tem 2,65 milhões de miseráveis, enquanto o Sul registra 715 mil. No Centro-Oeste, de acordo com os dados oficiais, estão 557 mil pessoas em situação de extrema pobreza.

Entre os extremamente pobres, 46,7% vivem no campo, que responde por apenas 15,6% da população brasileira. De cada quatro moradores da zona rural, um encontra-se na miséria. As cidades, onde moram 84,4% da população total, concentram 53,3% dos miseráveis.

A miséria atinge mulheres e homens da mesma forma: 50,5% contra 49,5% respectivamente. No entanto, na área urbana, a presença de mulheres que vivem em condições extremas de pobreza é maior, enquanto os homens são maioria no campo.

Além da renda baixa, a parcela da população em extrema pobreza não tem acesso a serviços públicos, como água encanada, coleta de esgoto e energia elétrica. Estima-se, por exemplo, que mais de 300 mil casas não estão ligadas à rede de energia elétrica.

(Com informações da Agência Brasil)

Nos siga no Google Notícias