ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, DOMINGO  15    CAMPO GRANDE 17º

Política

Câmara Municipal recebe novo pedido de CPI do transporte público na Capital

Vereadores querem investigar o cumprimento de contratos e a qualidade do serviço do Consórcio Guaicurus

Por Gabriela Couto e Mylena Fraiha | 11/03/2025 14:51
Câmara Municipal recebe novo pedido de CPI do transporte público na Capital
Parte do requerimento protocolado nesta terça-feira (11), na Câmara Municipal (Foto: Mylena Fraiha)

A Câmara Municipal recebeu, nesta terça-feira (11), um novo requerimento solicitando a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a qualidade do serviço de transporte público coletivo na capital.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A Câmara Municipal de Campo Grande recebeu um novo pedido para instaurar uma CPI sobre o transporte público. O requerimento, liderado pelo vereador Dr. Lívio Leite, visa investigar possíveis irregularidades do Consórcio Guaicurus, responsável pelo serviço desde 2012. A proposta, que conta com apoio de 15 vereadores, busca apurar falhas na execução do contrato de concessão, manutenção da frota, reajustes tarifários e fiscalização da Prefeitura. A CPI também analisará subsídios públicos e o equilíbrio financeiro do contrato. O presidente da Câmara, Papy, destacou a importância de uma investigação imparcial e focada em resultados para a população.

A proposta visa apurar possíveis irregularidades no cumprimento de cláusulas contratuais e nas obrigações do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) firmado entre a Prefeitura e o Consórcio Guaicurus, responsável pela concessão do serviço.

A solicitação foi formalizada pelo presidente da Comissão de Transporte e Trânsito da Câmara, vereador Dr. Lívio Leite (União), e conta com o apoio de outros 15 parlamentares da cidade. Veja a lista abaixo.

Câmara Municipal recebe novo pedido de CPI do transporte público na Capital
Assinatura dos 15 vereadores favoráveis a abertura da comissão (Foto: Mylena Fraiha)

Segundo o requerimento, o Consórcio Guaicurus, desde que assumiu a concessão em 2012, tem sido alvo de críticas constantes devido às condições precárias da frota de ônibus e ao descumprimento das obrigações contratuais, como a falta de manutenção dos veículos e a supervisão inadequada dos órgãos responsáveis.

A CPI proposta tem como principal objetivo investigar falhas na execução do contrato de concessão, com destaque para a manutenção da frota, os impactos dos reajustes tarifários e a fiscalização realizada pela Prefeitura, por meio das agências AGETRAN e AGEREG. O requerimento também busca analisar a aplicação de subsídios públicos concedidos ao serviço, como a isenção de ISSQN e a subvenção econômica, além de averiguar o equilíbrio financeiro do contrato.

Em relação às falhas na execução do contrato, o requerimento aponta que a concessionária tem justificado a qualidade do serviço alegando um suposto desequilíbrio financeiro. No entanto, o Executivo Municipal adotou medidas como a isenção do ISSQN e a concessão de subvenções, o que, segundo os vereadores, deve ser melhor analisado quanto ao impacto real na qualidade do transporte oferecido à população.

Câmara Municipal recebe novo pedido de CPI do transporte público na Capital
Vereador Dr. Lívio Leite (União), autor da abertura da CPI (Foto: Izaías Medeiros)

Dr. Lívio, ao apresentar o requerimento, destacou a importância de uma investigação aprofundada e abrangente. "A ideia é instaurar uma CPI com esses fatos determinados. Depois, o requerimento será votado em plenário e, a partir daí, definiremos a composição da CPI. Tenho a impressão de que o clima na Casa é favorável à sua criação, pois conseguimos agregar assinaturas de parlamentares que não haviam assinado a anterior", afirmou o vereador.

Ele também explicou que a principal diferença entre o requerimento atual e o pedido anterior, que não foi aprovado, é a inclusão da Prefeitura e do TAG no escopo da investigação.

"Se você investiga apenas um lado da questão, a apuração fica parcial, entende? E, dessa forma, não se dá uma resposta efetiva ao usuário do transporte coletivo. Precisamos investigar, por exemplo, a manutenção dos pontos de ônibus, a aplicação de multas ao concessionário e o fortalecimento da fiscalização da Agereg e da Agetran sobre esse contrato de concessão", afirmou Dr. Lívio.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), comentou sobre a importância da CPI, mas ressaltou a necessidade de não politizar a questão.

"A CPI só chegou a esse ponto após tantas tentativas devido ao meu posicionamento. Eu sempre defendi que esse assunto precisava ser discutido. O que questionei no início foi o fato de que nem havíamos começado as sessões e já havia um requerimento de CPI. Entendo que o tempo e o respeito às etapas regimentais são fundamentais para dar credibilidade ao trabalho", explicou Papy.

O presidente ainda destacou que a CPI não deve ser uma mera ferramenta de atenção midiática. "CPI costuma chamar atenção, é requisitada pela imprensa, mas isso não pode ser o foco principal. O mais importante é o resultado que ela vai trazer para a população. Meu compromisso é com o resultado", afirmou Papy.

Quando questionado sobre a participação do Executivo na investigação, o presidente da Câmara explicou que a proposta de Dr. Lívio inclui a Prefeitura, ao passo que o requerimento do vereador Ademar Júnior, o Coringa (MDB), que também pede a criação de uma CPI e tramita na Casa de Leis, exclui esse ponto.

 "Quando não se inclui o Executivo, que é o detentor da concessão do transporte público, acaba-se deixando de fora uma parte essencial do debate. Nesse ponto, concordo com o Lívio", afirmou Papy.

Câmara Municipal recebe novo pedido de CPI do transporte público na Capital
Presidente da Casa de Leis, Epaminondas Neto, o Papy (PSDB) (Foto: Izaías Medeiros)

Sobre a proposta de Coringa, a Procuradoria do Legislativo  pediu mais cinco dias  de prazo para emitir um parecer, com a justificativa de que há um acúmulo de trabalho. Nesse começo de ano legislativo, mais de 100 projetos foram protocolados, ocasionando uma sobrecarga nos trabalhos.

Próximos passos - Com a solicitação para a criação da CPI já formalizada, a Câmara Municipal de Campo Grande agora aguarda o parecer da Procuradoria, que solicitou um prazo adicional de cinco dias devido à sobrecarga de trabalho. A expectativa é que, em breve, o requerimento seja votado em plenário e, se aprovado, a comissão seja instaurada.

O vereador Papy também mencionou a robustez do contrato de concessão, que, segundo ele, é juridicamente sólido. "Os contratos de concessão são elaborados para serem longos e robustos. A cidade mudou desde 2012, mas o contrato ainda se mantém atual. O ponto central é exigir o cumprimento do contrato", destacou.

A criação da CPI, que terá um prazo inicial de 120 dias para concluir seus trabalhos, promete aprofundar a análise da gestão do transporte público em Campo Grande.

Caso irregularidades sejam encontradas, a comissão poderá encaminhar suas conclusões ao Ministério Público e a outros órgãos competentes, visando assegurar a qualidade do serviço e o cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária e do Executivo municipal.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias