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Política

Com 60% dos votos para Reinaldo, Dourados espera mais atenção do novo governo

Helio de Freitas, de Dourados | 29/10/2014 17:30
Prefeito Murilo Zauith disse que prioridade de Dourados é construção do Hospital Regional (Foto: Divulgação/A. Frota)
Prefeito Murilo Zauith disse que prioridade de Dourados é construção do Hospital Regional (Foto: Divulgação/A. Frota)

Com 210 mil habitantes e 147.632 eleitores, a cidade de Dourados (a 233 km de Campo Grande) deu 60% dos votos válidos para o governador eleito Reinaldo Azambuja (PSDB) e agora quer a contrapartida do futuro governo tucano. Sem espaço na chapa majoritária vencedora, o município espera mais atenção do novo governo, principalmente na solução de problemas crônicos, como saúde, educação e segurança pública.

Em todas as visitas que fez à cidade para pedir votos e para participar de um debate, Reinaldo assumiu compromissos com Dourados, entre os quais a instalação de uma subgovernadoria regional – uma representação do governo do Estado na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

A proposta do governador eleito, no entanto, não tem apoio unânime dos representantes políticos e empresariais da cidade, talvez pelo fracasso de medida semelhante, adotada no governo de Zeca do PT.

“Só vai ter resultado se essa representação tiver autonomia. Se for só para pegar as demandas como um office-boy e levar para o governo, não vai adiantar. Precisa de autonomia e trabalhar em conjunto com os deputados estaduais que foram eleitos em Dourados”, afirmou o prefeito Murilo Zauith (PSB) ao Campo Grande News.

O prefeito disse ter boa expectativa e que está esperançoso com o novo governo, mas cobrou o cumprimento de promessas feitas principalmente para a área de saúde. “É fundamental que o governo do Estado construa o Hospital Regional de Dourados”, declarou Murilo.

Lançada em 2013 pelo governador André Puccinelli, a obra já tem R$ 19 milhões garantidos para a primeira etapa, a licitação já foi concluída e falta agora a ordem de serviço para começar a construção do prédio que vai abrigar o hospital.

“Cabide de emprego” – Já o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Dourados, Antônio Nogueira, se declarou confiante no novo governo e disse acreditar que Reinaldo Azambuja irá cumprir os compromissos com a cidade. Entretanto, ele critica a proposta da subgovernadoria, que pode, segundo o dirigente, aumentar ainda mais os gastos públicos e virar “cabide de emprego”.

“Ao invés de colocar uma administração regional do Estado aqui em Dourados, o novo governo deveria fortalecer os órgãos já existentes e desburocratizar os atendimentos. Eu acho que essa representação vai ser problema e pode ser só mais um cabide de emprego para acomodar aliados”, afirmou o empresário.

Na opinião de Antônio Nogueira, o mais importante seria dar autonomia aos órgãos estaduais para resolverem as demandas da cidade e da região. “Dê autonomia para a Agenfa, dê autonomia para a regional de saúde, para a regional de educação. Dê autonomia para o Corpo de Bombeiros. Atualmente não conseguimos resolver nada no Corpo de Bombeiros, porque tudo tem que ir pra Campo Grande”.

Já em relação às demandas da cidade, o dirigente espera que o governador eleito trabalhe para melhorar as condições de transporte em Dourados, principalmente com construção da ferrovia, desvio da rodovia BR$-163 do perímetro urbano e ampliação do aeroporto local para permitir voos de grandes aeronaves. “Precisamos da atuação do governo do Estado para integrar esses três sistemas de transporte”.

Já o presidente da Câmara de Vereadores, Idenor Machado (DEM), apoia a proposta da representação regional e vê a ideia de Reinaldo Azambuja como a saída para a solução de demandas que atualmente dependem da capital. “Acredito que vá trazer de volta para Dourados e região as ações do governo que ao longo do tempo foram tiradas daqui. Vai racionalizar as ações do governo no interior do Estado”.

Idenor Machado apontou ainda outras demandas da cidade que precisam de atenção do novo governador e citou como principais a saúde e a segurança pública. “O governador eleito vai ter que olhar melhor para a saúde de Dourados que já passou do limite. A prefeitura já gasta acima do que ela pode e o Estado pode ajudar um pouco mais. Além disso, precisa construir com urgência esse hospital regional para atender a cidade e toda a região”.

Antônio Nogueira não acredita em sucesso de subgovernadoria e teme “cabide de emprego” (Foto: Divulgação)
Antônio Nogueira não acredita em sucesso de subgovernadoria e teme “cabide de emprego” (Foto: Divulgação)
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