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Política

Diretor de hospital descrê que haja políticos no esquema da propina

Josemil Arruda | 24/06/2014 19:16
Roberlaine sendo filmada recebendo propina e presa em seguida (Foto: Reprodução/ PF)
Roberlaine sendo filmada recebendo propina e presa em seguida (Foto: Reprodução/ PF)

O diretor do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, Carlos Alberto Coimbra, negou nesta terça-feira (24) que possa ter havido envolvimento de políticos de Mato Grosso do Sul com a funcionária Roberlayne Patrícia Alves, presa pela Polícia Federal (PF), sob a acusação de pedir propina de R$ 150 mil para liberação de verbas do Ministério da Saúde. Trata-se, conforme o diretor, da liberação de emendas de R$ 1,5 milhão em equipamentos e de R$ 500 mil para custeio do hospital e de R$ 3,6 milhões, do próprio Ministério da Saúde, para aquisição de um acelerador linear.

Indagado sobre os parlamentares federais do Estado que fizeram as emendas, Carlos Coimbra negou a citá-los e garantiu que não há nada, nas investigações, que os ligue à ação criminosa de Roberlayne Alves. “Como os parlamentares ajudaram a gente com emendas e nas investigações estão isentos de qualquer responsabilidade, prefiro não informar os nomes para não vinculá-los negativamente. Eles não tiveram contato com a Roberlayne e a Polícia Federal não vai nem ouvi-los. Não tem nada que ligue a eles”, declarou.

Questionado se suspeita de interesse político no esquema, Coimbra respondeu: “Não sei, eu não acredito”. Perguntado se há algum mandante, disse: “Isso não posso dizer. Não sei se teve gente que mandou a funcionária fazer isso. Não posso dizer para não atrapalhar as investigações”. O inquérito está sendo conduzido pela delegada Kelly Bernardo, que deve concluir o inquérito, segundo a Superintendência da Polícia Federal no Estado, em 15 dias.

Segundo Carlos Coimba, outras pessoas serão ouvidas pela delegada antes do fechamento do inquérito policial. Instado a informar se acredita que outras prisões poderão ser pedidas, além da de Roberlayne Alves, ele disse: “Vai depender da quebra de sigilo bancário”. Por enquanto, a única informação liberada pela polícia nessa área foi o rastreamento do depósito feito por Roselaune na conta de titularidade do pai de um ex-namorado da funcionária do Ministério.

Coimbra apontou ainda que a PF pode ter mais indícios em decorrência de gravações telefônicas. “Sei de gravações de telefonemas que Roberlayne teve comigo, mas a polícia tem gravações dela com outras pessoas, com terceiros, a que não tive acesso”, afirmou o diretor do Hospital do Câncer.

Na gravação do vídeo, Roberlayne Alves menciona outras pessoas do Ministério da Saúde que ajudariam na liberação do dinheiro para o hospital. A funcionária se refere a uma delas como “coordenadora”, e outra que trabalharia diretamente “no gabinete do secretário”. Para Coimbra, as afirmações dela levam a crer no envolvimento de outras pessoas. “Sempre se referia a esquema de pessoas que conseguiram aprovar. No vídeo, ela garante o empenho mediante o pagamento”, constatou. “Chega a falar em Flávia, mas depois desmente o nome dela”, acrescentou.

Habeas Corpus – A advogada Maria Luiza Melo Siqueira, que representa a presa Roberlayne Patrícia Alves, deve enviar amanhã para São Paulo os documentos para impetração do Habeas Corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), com a finalidade de cassar a decisão do juiz Odilon de Oliveira que rejeitou o pedido de liberdade para a funcionária terceirizada que prestava serviços ao Ministério da Saúde.

Em São Paulo, segundo Maria Luiza, um outro advogado deverá ingressar com o habeas corpus. “Acho que ele vai ingressar na quinta-feira”, declarou.

Para a advogada, a prisão de sua cliente foi “arbitrária” e sob a mácula da “ilegalidade”. Não quis, porém, evidenciar seus argumentos para embasar tais afirmações, alegando que é estratégia da defesa.

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