Discurso de Zeca provoca vaias e saída de vereadores de diplomação
O discurso do vereador eleito José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, causou mal estar e revolta entre alguns presentes na diplomação dos vereadores e prefeito eleitos para 2013 em Campo Grande nesta noite.
O motivo foi o tom politizado do discurso do ex-governador. Alguns vereadores, entre eles Carlos Augusto Borges, o Carlão, do (PSB), Flávio César (PTdoB), Otávio Trad (ambos PT do B), Mário César (PMDB) e Airton Saraiva (DEM), abandonaram o evento.
Além disso, parte do público vaiou Zeca, enquanto outra parte aplaudiu. Militantes petistas presentes na diplomação chegaram a estender bandeira do partido durante a fala do vereador mais votado nestas eleições em Campo Grande, e por isso escolhido para discursar em nome de todos os eleitos.
Depois de abrir falando sobre o trabalho dos eleitos para buscar os votos nas ruas da Capital, alguns com mais condições financeiras, outros com menos, Zeca deu um cunho mais político ao discurso ao se lembrar do momento político do PT no Brasil.
Primeiro, Zeca afirmou que os políticos do partido estão sendo bombardeados de todos os lados, e que o caso do mensalão é um caso midiático, uma tentativa para incriminar o PT. Ele também falou sobre questões como o financiamento público de campanhas, participação popular na Câmara, e os oito anos como deputado e como governador.
O estopim para o mal estar foi quando o petista afirmou esperar que a nova Câmara olhe para toda Campo Grande, e não apenas para a avenida Afonso Pena. Conforme Zeca, os bairros mais afastados sofrem com problemas estruturais, faltando quase tudo.
“Em meu nome é que ele não está falando”, disse o peemedebista Mário César ao sair do evento.
Já Otávio Trad disse acreditar que, por ser uma noite solene, não deveria ter sido feito um discurso politizado, enquanto Flávio César questionou a administração do petista no Governo do Estado. “Por que ele não fez? Isso é ridículo”, comentou.
O prefeito eleito Alcides Bernal (PP), discursou logo em seguida, e comentou a situação. Ele disse entender a atitudade dos vereadores, mas lamenta. “O momento não era para isso. Tem que haver respeito das diferenças”, afirmou Bernal.
