Em meio a incertezas, vereadores do PSDB defendem união para 2026
Na última eleição, o partido foi o que mais recebeu votos para a Câmara Municipal da Capital

Cinco vereadores de Campo Grande eleitos pelo PSDB em 2024 devem permanecer no partido, mesmo com as articulações de bastidores que apontam para uma possível divisão. A informação é de que o ex-governador Reinaldo Azambuja pode migrar para o PL, enquanto o atual governador Eduardo Riedel avalia seguir para o PP. Nesse cenário de incertezas, os vereadores apostam na união para fortalecer o grupo e disputar as eleições de 2026.
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Na eleição passada, o "tucano" foi o partido que mais recebeu votos para a Câmara Municipal da Capital, totalizando 58.834 votos. Desse total, 26,4 mil votos foram concentrados nos cinco vereadores eleitos.
Nesta quinta-feira (3), o presidente da Casa, Epaminondas Vicente Silva Neto, o vereador Papy, reforçou que não pretende disputar nenhum cargo no próximo ano, mas afirmou que seus colegas já trabalham nos projetos de campanha. "Todos têm interesse em ser candidatos no ano que vem. Se não tivermos janela, precisamos permanecer alinhados dentro do partido. O objetivo é mantermos a unidade e não perdermos a bancada", afirmou.
Para Juari Lopes Pinto, vereador Professor Juari, que pretende disputar uma vaga na Câmara Federal, a preocupação é a ausência de diálogo com a direção municipal do PSDB. "Quem precisa se preocupar agora com fusão ou incorporação do PSDB somos nós, vereadores de Campo Grande. Nós não temos janela partidária. O deputado Beto Pereira, que é o presidente municipal, ainda não conversou com a gente. Ele deveria, no mínimo, ter convocado uma reunião para explicar o cenário", criticou.
Juari reforçou que recebeu convites de outros partidos, mas que não pode se movimentar neste momento. "Se tivesse ocorrido a fusão com o Podemos, por exemplo, teríamos 30 dias para decidir. Hoje, eu sou candidato, independente de qualquer coisa, no PSDB ou em outro partido, mas precisamos ser chamados para essa discussão", completou.
Já Flávio Pereira Moura , vereador Flávio Cabo Almi, disse que o projeto do grupo é político, não ideológico. "Se o PSDB deixar de ser um caminho forte, estaremos dispostos a ir para onde o grupo for. Não estamos com o Reinaldo e o Riedel apenas por ideologia, estamos com eles pelo projeto político. Mas, hoje, quero continuar no PSDB, não tenho pretensão de mudar de partido", garantiu.
Ele destacou ainda que não se sentiria confortável em um partido como o PL, apesar de ter eleitores de diferentes espectros ideológicos. "Eu atendo todos. Não vejo por que sair do PSDB. Lá no PL já tem muitas lideranças consolidadas, não me vejo como uma liderança de lá."
Na visão do Silvio Eduardo Alves , o vereador Silvio Pitu, reforçou que o grupo de Campo Grande está alinhado. "Cada dia surge uma informação nova, mas até agora não tivemos um posicionamento oficial. Por isso, decidimos, de forma conjunta, que nossas próximas decisões serão tomadas em bloco. Queremos entender qual será o desenho político, como ficarão as chapas", disse.
Pitu também ressaltou que a movimentação dependerá das definições do partido. "Se houver fusão ou união, podemos ter possibilidade de mudar de partido. Se o PSDB seguir sozinho, não podemos tomar essa decisão isoladamente. Vamos ouvir o Reinaldo, que é nosso líder, e o governador", afirmou.
Por fim, o vereador Victor Rocha destacou que os vereadores formam uma base forte em Campo Grande e têm potencial para compor uma chapa competitiva. "Se os deputados migrarem para outros partidos, a única opção para nós será o PSDB. Os vereadores de Campo Grande são os políticos que mais têm votos para deputado estadual na cidade."
Segundo ele, o grupo tem força consolidada. "Pitu já foi candidato e teve mais de 15 mil votos. Flávio Cabral foi testado e teve cerca de 30 mil votos. Juari também concorreu e obteve quase 20 mil votos. Somos um grupo forte e vamos buscar votos também no interior."
Os vereadores pretendem solicitar reuniões com o ex-governador Reinaldo Azambuja e com o governador Eduardo Riedel para alinhar os próximos passos. "Estamos abertos ao diálogo e queremos construir um espaço sólido para o PSDB no Mato Grosso do Sul, especialmente se os deputados estaduais e federais realmente migrarem para outras siglas", termina Victor Rocha.
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