ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 29º

Política

Em prestação de contas, Prefeitura "ouve" que deve arrecadar e investir mais

Vereadores questionaram secretária sobre alternativas para melhorar a arrecadação

Maristela Brunetto | 24/02/2023 14:15
Secretária prestou contas de receitas e despesas de 2022. (Foto: Izaías Medeiros/ Ass. Câmara)
Secretária prestou contas de receitas e despesas de 2022. (Foto: Izaías Medeiros/ Ass. Câmara)

A secretária de Finanças e Planejamento de Campo Grande, Maria Helena Hokama, fez hoje a prestação de contas das receitas e despesas da Prefeitura no ano passado e, após apresentar os dados, sofreu duras cobranças dos vereadores para que o Município aperfeiçoe sua capacidade de arrecadar tributos e investir mais em ações na cidade. O grande desafio exposto foi o de reduzir o comprometimento da receita com despesas com a manutenção da própria estrutura e dispor de mais verba para aperfeiçoar os serviços prestados.

A receita total arrecadada foi da ordem de R$ 5,3 bilhões, 13% superior ao realizado em 2021, quando as receitas todas somaram R$ 4,6 bilhões. A principal fonte de recolhimento foi o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que totalizou R$ 585,3 milhões, com acréscimo de 7,14% em relação ao ano anterior; depois veio o ISS (Imposto Sobre Serviços), com aumento de 18,55% de um ano para o outro, somando R$ 516,3 milhões.

A terceira fonte foi de repasses de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), com R$ 500,9 milhões. Entretanto o tributo teve redução em relação a 2021, de 4,29%. A secretária atribuiu a dois fatores: as desonerações criadas na esfera federal, como a incidência sobre combustíveis, comunicações e energia; e a mudança do perfil econômico de algumas cidades do Estado, que teriam passado a ficar com uma parte maior da repartição das receitas.

Outros tributos contribuem com a arrecadação- o ITBI (sobre transmissão de imóveis) rendeu R$ 104,6 milhões; de ITR (sobre propriedade rural) foram R$ 19,4 milhões, com acréscimo de R$ 6 milhões em relação a 2021. De FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que são repasses da União referentes a impostos, foram R$ 278,3 milhões.

No balanço apresentado hoje, que atende padrões da Lei de Responsabilidade Fiscal, não constou a receita da Cosip (contribuição sobre a iluminação pública), mas a reportagem já tinha revelado que o tributo rendeu receita de R$ 143 milhões, conforme balancete anual publicado no Diário Oficial.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

ISS deve se destacar-  Depois da exposição da secretária, vereadores fizeram questionamentos sobre as perspectivas de crescimento das receitas. André Luiz (Rede) defendeu que o ISS deveria ser a principal fonte de arrecadação, por estar relacionado à atividade econômica. Ele ainda defendeu que o Município precisa incrementar o papel fiscalizador, que resultaria em mais multas a quem desrespeita normas e, consequentemente, elevar a receita.

Sobre o IPTU, a secretária informou que se houvesse 100% de recolhimento, a receita teria chegado a R$ 725 milhões, entretanto, a prefeitura recebeu R$ 585 milhões reunindo o tributo e ainda juros e refinanciamentos feitos por devedores.

O vereador Papy (SD), que será o relator do orçamento de 2023, apontou que é preciso a adoção de estratégias para a ampliação da arrecadação, comentando que a aparência é de que houve incremento na atividade econômico, logo, deveria se reverter em mais tributos.

Ele acrescentou que é preciso haver mais receitas para investimentos, para atender as expectativas da comunidade. Chegou a sugerir que “o cobertor está curto”.

Endividamento – Na apresentação do balanço, a secretária ainda divulgou os dados sobre endividamento, somando R$ 859,7 milhões, ou 18,92% da receita, quando o limite imposto pelo Senado é de até 120%. Conforme ela, no ano passado, a prefeitura obteve autorização e emprestou R$ 186 milhões.

O custeio, que são as despesas para a manutenção da máquina, como gastos com energia, água, materiais de consumo, combustíveis, somou R$ 836,9 milhões das receitas próprias, 36,39% acima do registrado em 2021. O aumento, conforme Márcia Helena, diz respeito à ampliação de serviços oferecidos, como educação e saúde. Ela reconheceu que é um desafio ampliar os investimentos para atender as demandas por atendimento.

Nos siga no Google Notícias