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Política

Insatisfeita, família Trad espera criação do PL para deixar o PMDB

Lidiane Kober | 24/04/2015 18:05
Fábio, Nelsinho e Marquinhos torcem para o PL ser criado (Fotos: Divulgação)
Fábio, Nelsinho e Marquinhos torcem para o PL ser criado (Fotos: Divulgação)

Alegando falta de apoio no PMDB, irmãos Trad esperam a criação do PL (Partido Liberal) para deixar o PMDB e escrever “nova história” na política de Mato Grosso do Sul. Único com mandato, o deputado estadual Marquinhos Trad depende de “janela” para sair do partido, sem o risco de perder o mandato e se tornar inelegível por oito anos.

Pela legislação atual, ele só pode deixar o PMDB em caso de comprovada perseguição política, ingresso em nova legenda ou fusão de partidos. Neste sentido, o nascimento do PL seria o caminho mais fácil a seguir.

Ontem (23), o Ministério Público Eleitoral apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um parecer favorável à continuidade do processo de registro do PL. No documento, o vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, defende que o pedido de registro seja aceito mesmo sem a apresentação de todas as assinaturas de apoio necessárias. “O TSE deve tratar o PL como o PSD, que provou apoio depois”, defendeu.

Para Marquinhos, o novo partido seria o caminho para fugir de uma briga judicial, já que, ciente dos castigos, ele só deixará o PMDB com autorização da Justiça. “Ainda estou no PMDB, embora asfixiado”, disse.

O comentário leva em consideração o entendimento de não ter “apoio nos meus projetos”. “Propus a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Enersul/Energisa, mas o meu partido não se esforçou em nada para eu conseguir a presidência ou a relatoria. Na comissão da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), nem como suplemente me colocaram”, comentou Marquinhos.

O deputado ainda cita falta de apoio a projetos como o que reduz o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da energia e o que aumentou o desconto e parcelas do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). “Levei pau dos meus colegas de partido”, disse, fazendo menção à negativa de deputados do PMDB às propostas. O projeto da energia foi arquivado e o do ICMS levou quase cinco anos para sair da gaveta.

O PMDB, por sua vez, nega a falta de apoio e afirma querer a continuidade de Marquinhos no partido. Os líderes, inclusive, dizem que ele tem chances de ser o candidato da legenda à Prefeitura de Campo Grande. O deputado, por sua vez, não confia nos correligionários e só vê chances de concorrer a prefeito em outro partido.

Derrotado nas eleições do ano passado, Fábio Trad se diz “machucado” e, por isso, já deixou o PMDB. Ele entende que perdeu as eleições porque, na reta final, a cúpula do partido reforçou apoio a Tereza Cristina, candidata a deputada federal pelo PSB. Ela foi eleita.

“Se vingar a criação, vou para o PL”, anunciou Fábio Trad. Ele, inclusive, viajará, na próxima semana, para conversar com os dirigentes do possível novo partido. “A intenção é criar um grupo do PL aqui para fazer o contraponto ideológico ao PT e diferente de tudo o que está posto para escrever um nova história, sem vícios”, destacou.

Também derrotado nas eleições de 2014, Nelsinho Trad é outro que vem manifestando a pessoas próximas a decisão de deixar o PMDB e seguir o caminho dos irmãos. Ele, porém, não oficializou a posição.

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