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Política

Na Capital, eleitor defende plebiscito, mas desconhece Reforma Política

Ângela Kempfer e Helton Verão | 30/06/2013 15:39
Comerciário Manoel Messias, 52 anos.,
Comerciário Manoel Messias, 52 anos.,
Operador de caixa, Eurico Alves da Silva, de 35 anos
Operador de caixa, Eurico Alves da Silva, de 35 anos

A semana terá como um dos assuntos centrais a possibilidade de plebiscito ou referendo para saber se a população é favorável ou é contra pontos da Reforma Política no Brasil. A presidente Dilma Rouseff deve encaminhar a proposta nos próximos dias ao Congresso Nacional.

Mas em Campo Grande, o caminho entre a decisão e a consulta popular parece exigir ainda muitos esclarecimentos.
Nas ruas, é difícil encontrar alguém que entenda do assunto, a maioria concorda com a necessidade de consultar a população, mas não sabe como pode contribuir.

“Não tenho o menor conhecimento do que é reforma política”, admite a balconista Rosilda Farias, de 45 anos. Apesar de ter ouvido falar do tema, depois da série de manifestações pelo País nas última semanas, ela só concorda com o poder das decisões do povo.

O comerciário Manoel Messias, 52 anos, também não sabe do que se trata. A estudante Geiciele Nunes, de 17 anos, muito menos.

O operador de caixa, Eurico Alves da Silva, de 35 anos, também recebe a pergunta com ar de dúvida. Sem saber o que tal mudança significaria para a estrutura partidária e eleitoral no Brasil, ele prefere apenas dizer que “sim”, que o País precisa de reforma política.

A estimativa do TSE é de que uma consulta popular sobre deve custar cerca de R$ 500 milhões, mais de R$ 3,00 por eleitor, nas contas do órgão. Mas o custo pode ser bem mais significativo se somados gastos com campanha de divulgação, estimada em cerca de R$ 3 milhões.

O universitário Célio Hoffmeister, estudante de Relações Internacionais, lembra que o estopim para a proposta é a corrupção. Por isso, nos cálculos dele, o invetimento em um plebiscito não seria à toa. “Dizem que a corrupção custa R$ 1 bilhão ao Brasil. Se for gastar R$ 500 milhões para acabar com ela, tudo bem, desde acabe logo”, comenta.

Universitário Célio Hoffmeister, estudante de Relações Internacionais,
Universitário Célio Hoffmeister, estudante de Relações Internacionais,
Rosilda Farias, de 45 anos.
Rosilda Farias, de 45 anos.

Hoje, o Governo Federal estuda 3 dadas para a consulta popular: nos feriados de 7 de setembro ou 15 de novembro, ou nas eleições presidenciais do próximo ano, para baratear custos.

Se a consulta for feita em setembro, a campanha de esclarecimento tem de ser veiculada no rádio e na televisão em agosto, com as perguntas que serão apresentadas aos eleitores. O comparecimento é obrigatório.

A ideia de realizar a consulta ainda neste ano tem como defensores os que já querem mudanças a partir das eleições de 2014. Pela lei, qualquer alteração no processo eleitoral deve entrar em vigor ao menos 12 meses antes de ser aplicada.

Demora - Há 20 anos o Congresso Nacional discute o assunto. O debate inclui a mudança para o voto distrital, no qual as regiões são divididas em distritos e os candidatos eleitos conforme os distritos que representam. Hoje, o sistema é proporcional, em que o candidato é eleito com base no voto do partido ou da coligação.

A consulta popular também deve perguntar aos eleitores se eles concordam com o financiamento exclusivamente público de campanha e o fim das doações por empresas. Atualmente, tais doações são apontadas como o começo da corrupção no poder público. Depois de eleitos, governantes costumam fraudar licitações para beneficiar quem doou dinheiro à campanha.

Referendo ou plebiscito? - A principal diferença entre as duas possibilidades é que plebiscito é convocado previamente, antes de aprovada legislação. Já o referendo é convocado depois, para ratificar ou rejeitar a proposta.

Nos últimos 20 anos, houve um plebiscito e um referendo. Em 1993, plebiscito decidiu sobre qual o sistema de governo deveria ser adotado no País: monarquia parlamentar ou República; parlamentarismo ou presidencialismo. Venceram a República e o presidencialismo.

Em 2005, o Congresso Nacional aprovou o Estatuto do Desarmamento com uma cláusula determinado a realização de referendo sobre a liberação da compra de armas. A população foi consultada sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições. Na ocasião, as opções eram sim, a favor da proibição, ou não, contra. A maioria do eleitorado optou pelo não.

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