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Política

Oposição a Renan não fecha consenso; bancada de MS rejeita nome do MDB

Simone e Soraya já declararam não votar em Renan Calheiros; Nelsinho garante abrir voto depois do processo eletivo

Humberto Marques | 02/02/2019 11:23
Simone, Soraya e Nelsinho devem se unir em oposição a Renan, que não indicou candidato de consenso. (Foto: Divulgação)
Simone, Soraya e Nelsinho devem se unir em oposição a Renan, que não indicou candidato de consenso. (Foto: Divulgação)

A frente de oposição ao senador Renan Calheiros (MDB-AL) chegou ao plenário do Senado na manhã deste sábado (2) sem um nome de consenso para a eleição da Mesa Diretora da Casa. A informação partiu da senadora Soraya Thronicke (PSL) que, momentos antes do início dos trabalhos, participou de reunião a portas fechadas no gabinete de Tasso Jereissati (PSDB-CE), um dos candidatos que se contrapõem ao emedebista alagoano.

A senadora Simone Tebet (MDB) também participou do encontro. Nenhuma delas se alinhará ao alagoano. Já Nelsinho Trad (PSD) teria orientação semelhante, conforme apurou a reportagem –o parlamentar disse que anunciará seu sua posição após o voto, seguindo orientação do partido, mas foi um dos defensores da votação aberta –assim como suas duas colegas na bancada de Mato Grosso do Sul, que confirmaram nesta manhã também anunciar suas opções.

“Falta um nome para convergência”, disse Soraya ao Campo Grande News, antes de adentrar ao Senado. Os primeiros parlamentares que chegaram à entrada do plenário foram surpreendidos com portas fechadas, o que gerou indignação.

Na noite de sexta-feira (1º), Soraya disse que houve uma movimentação para que Simone lançasse seu nome como candidata avulsa –o que não se concretizou. A parlamentar do PSL reforçou que manteria seu voto no Major Olímpio (SP), candidato de seu partido.

Houve especulações de que o senador paulista poderia abrir mão da candidatura, desde que surgisse um nome consensual. Tasso também chegou a anunciar sua desistência da disputa, em meio à tumultuada votação na noite anterior –que acabou adiada diante de descontentamentos quanto a decisão tomada por Davi Alcolumbre (DEM-AP), que presidia os trabalhos, que acatou a maioria e decretou votação aberta.

Senadores foram surpreendidos com portas do plenário fechadas antes do início dos trabalhos neste sábado. (Foto: Divulgação)
Senadores foram surpreendidos com portas do plenário fechadas antes do início dos trabalhos neste sábado. (Foto: Divulgação)

Decisão – Na madrugada deste sábado, o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), expediu decisão garantindo votação secreta para a eleição. No Senado, é consenso que a votação secreta daria vantagem a Renan: a avaliação de seus opositores era de que, abrindo o voto, os congressistas resistiriam em admitir alinhamento ao emedebista.

Renan não deve ter votos de nenhum dos senadores sul-mato-grossenses: além de Soraya já ter declarado sua opção, e de Simone, que já havia antecipado não votar no correligionário, Nelsinho Trad sinalizou não apoiar o alagoano justamente por ser defensor do voto aberto (refutado pelos apoiadores de Renan).

“O que a gente observa que está acontecendo aqui é uma resistência por parte daqueles 50 senadores que querem expressar, através da votação para presidente do Senado, a sua escolha. Como houve decisão judicial determinando que o voto tenha de ser secreto, há tendência muito forte de votar secretamente e declarar o voto, para que as pessoas tenham conhecimento em como cada um votou”, declarou Nelsinho.

O senador sul-mato-grossense reforçou que era um entusiasta da candidatura de Simone, já expressada aos outros concorrentes ao cargo. “Disse a eles que, se a senadora Simone, do meu Estado, que se elegeu quando fui candidato a governador em 2014 na minha chapa, for candidata ao Senado, sou o primeiro a votar nela. Como ela não se viabilizou, estamos aqui procurando uma alternativa que possa conduzir os destinos do Senado”, disse, sem antecipar seu voto.

Até a noite de sexta, Alcolumbre e Tasso eram vistos como favoritos da oposição a Renan para a disputa. Nas regras ainda vigentes, será eleito o candidato que tiver maioria absoluta dos votos, ou seja, o apoio de 41 dos 81 senadores. Caso essa margem não seja atingida, será realizado segundo turno entre os dois mais votados.

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