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Política

Para Fábio, "voz trovejante" das ruas chega a gabinetes e surpreende elite

Zemil Rocha | 21/06/2013 19:10
Manifestantes devem precaver-se dos oportunistas do radicalismo (Foto: Arquivo)
Manifestantes devem precaver-se dos oportunistas do radicalismo (Foto: Arquivo)

Ao avaliar a onda de protestos que tiveram início em São Paulo e se estendeu por vários estados brasileiros, inclusive Mato Grosso do Sul, da tribunal da Câmara Federal, o deputado Fábio Trad (PMDB-MS), elogiou o movimento, embora condenando as ações violentas de alguns segmentos. Ressaltou que depois de mais de vinte anos, desde a benfazeja estridência dos “caras pintadas”, “a voz trovejante das ruas enfim retumba nos gabinetes assépticos e climatizados do poder, e ressoa na consciência das elites políticas, surpreendidas pelas trombetas de uma nova era, este tempo em que as mídias sociais devassam limites de tempo e de espaço”.

Dizendo-se favorável a qualquer tipo de manifestação em que se cobrem os direitos do coletivo, Fabio Trad externou, porém, sua preocupação com o fato de que alguns “segmentos sectários, descomprometidos com o desenvolvimento” estarem partindo para a violência e degenerando o objetivo do movimento. Para Fabio Trad, os protestos são “instrumentos democráticos de manifestação” e, por isso mesmo, só se legitimam como expressão de frustrações e de anseios sociais quando respeitam os limites da legalidade.

“Neste sentido, os protestos que tomam as ruas de metrópoles brasileiras, e assinalam disseminar-se com o “contágio” dos fluxos contínuos das redes sociais, devem precaver-se tanto contra os males oportunistas de um certo radicalismo sempre latente, quanto contra a inconsequência das turbas incendiárias”, disse o parlamentar sul-mato-grossense.

Da mesma forma, entende que os governantes e lideranças políticas devem reduzir o ímpeto repressor movido por legalismo autoritário, substituindo-o pela busca de uma decodificação social do fenômeno de mobilização “voluntária” das massas, e articulando com elas um diálogo possível. Costatou que foi dessa forma que agiu o governo do Estado de São Paulo, colhendo “a moderação verificada no protesto de segunda-feira na Capital paulista”.

Longe de “anárquicas”, como querem alguns, para Fábio Trad, as mobilizações, que nasceram de protestos contra o aumento da tarifa de um transporte sem qualidade, se transformaram espontaneamente em “duto para onde convergem, nestes dias de instigantes incertezas, todas as frustrações, expectativas e desejos populares”, inclusive o desejo de simplesmente protestar para se reafirmar como indivíduo livre. “Essas manifestações podem até não ter líderes, mas não lhes falta liderança capaz de mobilizar dezenas de milhares e de lhes dizer aonde ir”, opinou o deputado. “Uma contradição? Sim. Mas tão real quanto à voz tonitruante das ruas”, acrescentou.

Os protestos que tomam as ruas do Brasil, para o parlamentar, somam o inconformismo de uma juventude que renega ser coadjuvante, que quer ter protagonismo social, com os anseios de uma nova classe média que, recém saída de segmentos ‘c’ e ‘d’, demanda serviços públicos de qualidade. “Primeira manifestação popular de escala nacional articulada através redes sociais, os protestos, que mobilizam metrópoles, e até cidades médias brasileiras, não podem ser vistos com as lentes opacas de um oficialismo provecto ou de uma institucionalidade formalista, que já não dá conta de demandas de uma sociedade em feérica transformação”, finalizou.

 

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