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Política

Para pagar indenização, juiz manda recolher de geladeira até cofre do PT

Lidiane Kober | 22/04/2015 17:43
Caminhão de mudança foi ao Diretório Estadual do PT para levar os bens móveis (Foto: Alcides Neto)
Caminhão de mudança foi ao Diretório Estadual do PT para levar os bens móveis (Foto: Alcides Neto)

Para indenizar mãe e filha, vítimas de acidente na campanha eleitoral de 1998 do então candidato ao Governo do Estado, Zeca do PT, a Justiça fez, nesta quarta-feira (22), limpa no Diretório Estadual do PT. Levaram da sede do partido geladeira, mesa, ar condicionado, fogão, cadeira, poltrona, impressora, computador e até um cofre.

Orçados em R$ 10 mil, os móveis são os únicos bens registrados do PT no Estado e representam apenas 2,5% dos R$ 400 mil que as vítimas do acidente têm direito de receber. “Se valem da falta de patrimônio e da impossibilidade de penhora do fundo partidário para não pagar a dívida”, comentou o advogado das mulheres, Jully Heyder da Cunha Souza.

O caso se arrasta há quase 16 anos, primeiro, pela demora na realização de perícia para comprovar os prejuízos do acidente. Mãe e filha, durante carreata em Ponta Porã, explodiram fogos e acabaram com quase todo o corpo e rosto queimados.

Já em 2008, com as decisões favoráveis em mãos, começou a corrida atrás dos bens do PT. “O juiz até fez pesquisa, mas não achou nada”, contou o advogado. “Então, indicamos a penhora dos bens móveis do escritório do partido”, completou. Com caminhão de mudança, hoje (22), foi cumprido o mandado de remoção dos bens.

Nova estratégia – Na tentativa de fazer cumprir o pagamento do restante dos R$ 400 mil, a defesa pediu, no ano passado, a penhora das doações de campanha aos candidatos do PT. “Ganhamos, recentemente, um recurso, inclusive, em uma decisão pioneira do Tribunal de Justiça, para a penhora das doações de campanha”, disse Jully.

O plano era resgatar os recursos doados ao então candidato ao Governo do Estado, senador Delcídio do Amaral (PT), na campanha do ano passado. No entanto, em primeira instância, o pedido foi negado e o Tribunal de Justiça só julgou o caso na semana retrasada. “Dessa vez não deu tempo, mas temos a saída de bloquear doações nas próximas campanhas”, destacou o advogado.

O dinheiro da ação é para pagar tratamento “caro e demorado” no intuito de amenizar as cicatrizes de mãe e filha.

Procurado pelo Campo Grande News, o presidente regional do PT, prefeito Paulo Duarte, não atendeu o celular e nem retornou a ligação até a publicação da matéria.

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