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Política

Sem gente contra, audiência sobre narguilé reforça proibição até fora da Capital

Médico, vereador e moradores falam sobre os danos que causados pelo cachimbo

Alana Portela | 03/04/2019 18:50
Audiência com os vereadores, Betinho, Delegado Wellington ao centro, Dharleng Campos (Foto: Paulo Francis)
Audiência com os vereadores, Betinho, Delegado Wellington ao centro, Dharleng Campos (Foto: Paulo Francis)

A audiência sobre a proibição do narguilé em locais públicos em Campo Grande realizada nesta quarta-feira (3), na Câmara Municipal não contou com a presença de pessoas a favor do uso do cachimbo. Na Casa, mais reclamações e alerta a população sobre os riscos e dependências que o uso pode causar.

“O narguilé é porta de entrada para outras drogas. Os pais precisam orientar os filhos de que o cachimbo como qualquer outra droga não vale a pena. Quem começa com narguilé vai para o cigarro. O cachimbo tem mais Nicotina que o próprio cigarro, pois o carvão queimado libera monóxido de carbono. O uso ainda pode acarretar doenças pulmonares”, explicou o pneumologista dr. Henrique Brito.

A Conselheira Tutelar de Bela Vista, Marli Macedo relata que devido ao município fazer fronteira com o Paraguai, recebem diariamente muitas denúncias. “Sempre tem sobre o uso do narguilé com substâncias ilícitas. Os jovens fumam sem saber dos malefícios que causados pelo cachimbo, precisam saber que é uma droga”, disse.

De acordo com Macedo, a Câmara Municipal de Bela Vista em parceria com o Conselho Tutelar e com o Ministério Público levará o debate para a cidade e um projeto sobre proibição do narguilé em espaços abertos também será criado. “Lá por conta da fronteira o acesso às drogas é maior. O uso traz vícios, que pode gerar consequências irreparáveis. O Conselho em parceria com vereador criará essa proposta porque é uma questão de saúde pública, segurança. Temos que intervir antes a proporção aumente, pois isso pode piorar”, destacou.

O propositor do debate, vereador Delegado Wellington (PSDB) contou que reunirá as informações da discussão e passará a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande. O parlamentar apresentará um projeto de lei na Casa para fazer as restrições. “Tem que ser mais rígido na liberação dos alvarás para tabacarias, para que se evite a venda para pessoas não autorizadas, e fazendo as propostas, colocaremos em pauta para ser aprovada a lei. Temos que resgatar os jovens das ruas, não podemos perdê-los nem para o crime, drogas e tabagismo”, declarou o tucano.

O parlamentar conta que uma alternativa para aqueles que foram pegos fazendo o uso do narguilé em locais inadequados é multa de R$ 500, 00 e em caso de reincidência o valor dobra. Os menores que estiverem fumando poderão ser conduzidos ao Conselho Tutelar.

O estudante de Direito Marcos Gauno usa narguilé (Foto: Paulo Francis)
O estudante de Direito Marcos Gauno usa narguilé (Foto: Paulo Francis)

Lazer - Já o estudante de Direito, Marcos Gauna conta que usa o narguilé para lazer e evitar a depressão. “Foi uma alternativa que utilizei para ficar mais em casa, não ter pensamentos suicidas. Acredito que o narguilé é um lazer, mas como em qualquer outro local vai ter pontos negativos. Acho que o projeto do vereador não deve ser um critério para atingir somente uma classe, acho que tinha que rever a proposta para atingir a classe do tabaco”, afirmou.

“O uso de drogas vai existir em qualquer lugar, o narguilé não é porta e entrada para outras drogas. Muitos usam até mesmo por cultura, mas a droga não é trazida pelo narguilé”, complementou o estudante de Direito.

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