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Política

Um a cada dez eleitores só decidiu voto na frente da urna, diz instituto

Eleições foram marcadas pela derrota do horário gratuito em relação às redes sociais

Ricardo Campos Jr. | 31/10/2018 12:20
Paulo Catanante, dono do instituto de pesquisas Ibrape (Foto: Henrique Kawaminami)
Paulo Catanante, dono do instituto de pesquisas Ibrape (Foto: Henrique Kawaminami)

Com a disputa eleitoral deste ano marcada pelo amplo uso das redes sociais como ferramentas de convencimento, e diante do bombardeio de informações que atingiram a população vindas de todos os lados da disputa, uma a cada dez pessoas decidiu na frente da urna em quem iria votar. É o que aponta Paulo Catanante, dono do instituto de pesquisas Ibrape, ao avaliar a campanha da corrida eleitoral amis recente.

“Nas entrevistas, os eleitores estavam indecisos. Chegamos em torno de 8 a 12% de indecisão e isso não era previsto. Detectamos isso 48 horas antes do primeiro e segundo turno. Não é normal ter esse alto índice na véspera do pleito”, afirma.

Além disso, graças a institutos que não levam a sério o trabalho de coleta e tabulação dos dados, os levantamentos perderam credibilidade perante o público.

“Hoje, 14% da população de eleitores não acredita mais nos resultados porque aparecem durante a campanha várias empresas com resultados diferentes das demais e isso faz com que a opinião pública se afaste. Nós, por outro lado, estamos há 33 anos em Mato Grosso do Sul, sendo o primeiro a surgir por aqui seguido da Tendência”, conta Catanante.

Além disso, a abordagem aos entrevistados está cada vez mais difícil. “Os entrevistadores se deparam com muitas pessoas que não querem responder”.

O Ibrape também aponta que a última campanha foi a derrocada do horário eleitoral gratuito. “A audiência desse ano foi a mais baixa da história. Durante a noite, o máximo de recepção foi de 12% e na pesquisa de recall, as pessoas nem se lembravam do que haviam visto na televisão. A propaganda política teve mais influência nas redes sociais do que na TV”

participou de todas as disputas desde 1986 e tem índice de acertos acima da média, diz proprietário (Foto: Henrique Kawaminami)
participou de todas as disputas desde 1986 e tem índice de acertos acima da média, diz proprietário (Foto: Henrique Kawaminami)

"Graças a institutos que não levam a sério o trabalho de coleta e tabulação dos dados, os levantamentos perderam credibilidade"

Confiança – O instituto participou de todas as disputas desde 1986 e tem índice de acertos acima da média. “Houve pesquisas que divulgaram 19 pontos percentuais entre o primeiro e o segundo colocados. Nós demos apenas seis pontos e acertamos. Existem institutos que aparecem de última hora e chegou ao absurdo de divulgarem que o segundo colocado seria eleito. Tem pesquisas que até estão sendo auditadas para saber o que aconteceu”, comenta.

Na metodologia usada para garantir a eficácia dos resultados, o instituto só coleta as informações cara a cara com os entrevistados e jamais usa o telefone como meio de consulta.

“Pelo telefone você não tem como saber se a pessoa que está do outro lado está mentindo sobre o perfil, às vezes algum funcionário da casa mente que é o patrão. Pesquisas feitas por telefone não são confiáveis. Só usamos intenções colhidas in loco e estratificada por grupos, levando em consideração sexo, religião, etc, tudo proporcional ao universo real”, diz Catanante.

A tecnologia tem sido uma grande aliada do Ibrape. Cada entrevistador leva consigo um tablete conectado a um sistema que gerencia as rotas que a pessoa deve percorrer coletando as informações. Se ela desviar, o equipamento trava.

“O cliente acompanha tudo online e pode emitir os relatórios pelo sistema. Para as próximas eleições estamos programando o uso de um recurso que anota o resultado a partir da resposta vocal que a pessoa der, será um grande avanço”, completa Catanante.

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