Vídeo mostra festa de juízes que tira sono de moradores do TV Morena
A frequência de eventos regados a música alta e discursos ao microfone na sede do clube de uma associação tem tirado o sono dos moradores da rua Lupércio de Miranda, no bairro Jardim TV Morena, em Campo Grande.
Indignada com o barulho das festas, que seguem madrugada a fora, uma leitora do Campo Grande News enviou vídeo em que usa um decibelímetro para mostrar a intensidade do som, que já foi motivo até de abaixo-assinado na vizinhança. A medição do aparelho atingiu 67 decibéis, enquanto, conforme a legislação municipal, o máximo permitido no período noturno (entre 21h e 6h) é de 45, em zonas residenciais.
As imagens, filmadas pela filha do assistente administrativo Valério Oliveira, 62 anos, são de uma festa na Amatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho) que, segundo a leitora, começou pouco depois das 22 horas de sexta-feira (6).
Para os moradores, os magistrados deveriam dar o exemplo do cumprimento da lei, mas descumprem a Lei do Silêncio ao promover as festas durante a madrugada e em um bairro residencial. “O clube tem um salão fechado, mas eles fazem as festas na área aberta, próxima à piscina. Acredito que se colocassem as caixas de som do lado de dentro, o barulho não seria tão prejudicial. O pessoal canta, fala alto, e fica bem difícil dormir”, comenta Oliveira, que mora na mesma rua do clube da associação.
No início do ano, os moradores organizaram um abaixo-assinado e recolheram 32 assinaturas, além de procurarem a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) e a Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social). No entanto, nenhum boletim de ocorrência foi registrado porque o delegado responsável se dispôs a entrar em um acordo com representantes da Amatra.
Na época, os eventos no período noturno foram interrompidos, mas, de julho para cá, explica Oliveira, voltaram a ser freqüentes. “Temos crianças e idosos que moram por aqui. No mês passado foram duas festas, teve uma na semana anterior e, agora, esta de sexta-feira. Se nada for feito, vamos denunciá-los ao Ministério Público Estadual”, acrescenta.
O Campo Grande News tentou entrar em contato pelos telefones informados no site da Amatra, mas, até o fechamento desta reportagem, não conseguiu ouvir nenhum dos representantes da associação.