Apesar das críticas, Vigilância Sanitária mantém uso de preenchedor definitivo
Polimetilmetacrilato é autorizado apenas para uso restrito e segue em análise

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu manter a autorização para o uso do polimetilmetacrilato, o PMMA, como preenchedor definitivo em procedimentos médicos. A decisão foi tomada após revisão técnica, que concluiu que o produto tem risco aceitável quando usado conforme as regras já aprovadas.
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A Anvisa decidiu manter a autorização para o uso do polimetilmetacrilato (PMMA) como preenchedor definitivo em procedimentos médicos, após revisão técnica que considerou o risco aceitável. O PMMA, um plástico em gel não absorvível, é permitido apenas em situações específicas, como correção de defeitos na pele e tratamento de lipodistrofia em pessoas com HIV. Entretanto, o uso estético do PMMA é alvo de críticas de entidades médicas, que não recomendam seu uso. A decisão da Anvisa ocorreu após o CFM solicitar a suspensão da produção e venda do produto, classificando seu uso como um problema grave de saúde pública. A agência reconhece a ocorrência de aplicações em quantidades excessivas e a falta de notificações de reações adversas.
O PMMA é um tipo de plástico em gel, que não é absorvido pelo corpo, ao contrário da maioria dos preenchedores usados em procedimentos estéticos, que são temporários e reabsorvíveis. Uma vez aplicado, se adere à pele, músculos e até aos ossos, tornando sua remoção quase impossível, mesmo por meio de cirurgia.
Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, o uso do material é permitido pela Anvisa apenas em três situações específicas: na correção de defeitos na pele, no preenchimento de volume em áreas do rosto e do corpo, e no tratamento de lipodistrofia em pessoas com HIV, com limite de aplicação de até 60 mililitros por glúteo.
Apesar da autorização, o uso para fins estéticos é criticado por entidades médicas. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomendam o material para esse fim.
Essa nova avaliação da Anvisa foi feita após pedido do CFM (Conselho Federal de Medicina) para suspender a produção e a venda do produto no Brasil. Em janeiro, o Conselho classificou o uso do PMMA como “problema grave de saúde pública”, por causa da aplicação sem controle, inclusive por pessoas sem formação médica.
Ainda segundo a Folha de S. Paulo, a Vigilância Sanitária reconhece que há casos de uso em quantidades acima das autorizadas e que faltam notificações de reações adversas. A agência pede que profissionais e pacientes comuniquem qualquer efeito colateral por meio de seu portal.
Em 2022, a própria Anvisa já havia reforçado que o polimetilmetacrilato não deve ser usado para fins estéticos, mesmo com a liberação limitada que segue válida.
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