Senado aprova teste genético no SUS para mulheres com alto risco de câncer
Proposta prevê detecção precoce de mutações hereditárias ligadas a câncer de mama, ovário e colorretal

O Senado aprovou o projeto de lei que tramitava desde 2023 que garante a realização de testes genéticos gratuitos no Sistema Único de Saúde para mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama, ovário ou colorretal. A medida permitirá identificar mutações hereditárias associadas ao aumento da probabilidade dessas doenças e reforça o papel da prevenção. O texto segue agora para análise na Câmara dos Deputados.
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Em seu relatório, a senadora Eudocia Maria Holanda de Araujo Calda (PL-AL) destacou que o exame é essencial para mulheres com histórico familiar ou pertencentes a grupos de risco. Estudos nacionais e internacionais comprovam que a testagem genética é eficaz, segura e ajuda a reduzir custos do sistema público ao evitar tratamentos mais caros em estágios avançados da doença.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer, cerca de 10% dos casos de câncer de mama e 25% dos casos de câncer de ovário estão ligados a mutações genéticas herdadas. A cada ano, o país registra aproximadamente 66,2 mil novos casos de câncer de mama e 6,6 mil de câncer de ovário.
A senadora lembrou que muitos pedidos de acesso a testes chegam ao SUS por meio de ações judiciais. “O teste genético salva vidas e economiza recursos públicos. É fundamental promover programas de educação e conscientização sobre os riscos genéticos pessoais e familiares”, afirmou.
Os testes também podem mudar o rumo do tratamento de quem já recebeu o diagnóstico. Para mulheres com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, existem medicamentos específicos que aumentam as chances de sucesso. Além disso, em casos de câncer de mama, a cirurgia pode incluir a retirada das duas mamas, e não apenas da afetada, por causa do alto risco de reincidência.