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Educação e Tecnologia

Wahtsapp vira terreno fértil para fofoca e toda hora tem boato novo

Ricardo Campos Jr. | 02/03/2015 15:15
Boatos são escritos de forma que muitas vezes parecem verdade (Foto: Marcos Ermínio)
Boatos são escritos de forma que muitas vezes parecem verdade (Foto: Marcos Ermínio)
Mensagens viralizam no whatts app (Foto: Marcos Ermínio)
Mensagens viralizam no whatts app (Foto: Marcos Ermínio)

Quem nunca se questionou se era ou não verdade o conteúdo daquela mensagem recebida pelo whatsapp com informações sobre escândalos políticos, queda de presidentes, pedidos de ajuda a doentes e tantas outras que, pela forma de apresentação, poderia ser real? A boataria toma conta do conteúdo disseminado pelo aplicativo de celular. Usuários afirmam que não se deixam levar, mas sempre conhecem alguém que caiu na “pegadinha”. Óbvias ou não, essas histórias podem gerar sérias confusões.

Nas eleições, por exemplo, pipocaram nas telas dos celulares a informação de que o doleiro Alberto Youssef, que havia denunciado esquema de corrupção na operação Lava-Jato, havia morrido. Houve textos que até falavam em envenenamento. Na verdade, ele havia passado mal e internado em um hospital em Curitiba, onde estava preso.

Recentemente, mensagem a respeito de um suposto confisco do dinheiro da poupança da Caixa preocupou quem tinha valores guardados no banco e muitos lembraram o que havia ocorrido tempos atrás no país. Também não era verdade.

Descrédito predominou nas opiniões de usuários de smartphones ouvidos pelo Campo Grande News no Centro de Campo Grande sobre o assunto. “Já recebi, mas eu não acredito. Tem que verificar se é verdade ou não. Eu sempre leio jornal e vejo se é verdade ou não. Se acontecer alguma coisa, vou saber lá. Tem umas pessoas menos informadas que acreditam nas informações. Tem muitas pessoas que usam o aplicativo para brincar”, diz o contador Jander Sanches, 29 anos.

“Eu não caio em conversa”, afirma a bacharel em direito Adriana Cipriano, 23 anos. “Eu nem leio. O whats é um meio mais fácil para comunicação, todos estão ligados, por isso tem tanto boato”, diz a estudante Stefany Alves, 20 anos.

Será? - Para a analista de mídias sociais Val Reis, grande parte das pessoas tem vergonha em assumir que cogitou ser verdade o conto do vigário e não é raro achar usuários que, além de acreditar, disseminaram adiante os conteúdos falaciosos. “O problema é que quando a gente posta, aparece como se nós tivéssemos escrito. Se eu passo, por exemplo, aparece com meu nome, como se eu estivesse atestando aquilo”, explica.

Isso, segundo ela, faz com que comece a se formar uma corrente principalmente entre grupos de usuários. O primeiro indício de que se trata de “conversa fiada” aparece quando a pessoa começa a receber várias vezes o mesmo conteúdo. “Na hora que posta de novo, você já pensa duas vezes se aquilo é um boato”, diz a analista de mídias sociais.

“Dependendo, até os próprios veículos de comunicação se deixam afetar pelas mensagens. Teve uma mensagem sobre a morte de um menino que um site nacional replicou. A coisa está em uma proporção que sai do controle e confunde muito”, opina Val.

Cautela – O assunto é tão sério que a área de segurança Caixa Econômica Federal monitorou o fluxo dos recursos das poupanças quando o boato do confisco começou a circular, segundo o superintendente do banco em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes. Chegou-se a cogitar até mesmo a divulgação de uma nota de esclarecimento desmentindo a falácia, o que acabou não se concretizando, pois se observou que não chegou a afetar os correntistas.

“O movimento foi normal. Algumas pessoas ficaram apreensivas, mas muito poucas. Algumas ligaram, falaram com o gerente, ligaram no serviço de atendimento. Não gerou confusão. A rede, que poderia estar sendo usada para um fim mais construtivo, está caindo no descrédito”, relata.

Pequenas pistas, conforme o superintendente, revelavam a mentira aos observadores mais atentos. “O texto estava com grafia errada. Um deles dizia Caixa Econômica do Brasil. Um desses boatos tinha fotografia da Dilma dizendo que a poupança tinha sido bloqueada para salvar o Brasil. A pessoa esclarecida percebe que não é um texto jornalístico”, explica.

“Tem que tomar cuidado com o que se faz. Pessoas mais simples, que moram na periferia, saem do bairro, vão até o Centro da cidade só para falar com o gerente e esclarecer os boatos. Isso causa um transtorno”.

Não há truques ou dicas para ficar livre dos boatos. Para a analista de mídias sociais, a desconfiança em todos os conteúdos sempre ajuda. Ela mesma diz que não acredita em nada que lê, principalmente em grupos. “Principalmente fotos de crianças doentes. Só acredito se o pedido de ajuda vem de alguém muito próximo que afirma que é verdade, que não é boato, que conhece a pessoa. No contrário, eu acho que é tudo corrente”, conclui.

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