Capital não tem vias rápidas e motoristas viram vilões da velocidade
Apesar de contar com 800 mil habitantes, a Capital de Mato Grosso do Sul não conta com vias de trânsito rápido. Sem ruas com velocidade de até 80 km/h, os motoristas viram vilões. A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) avalia que os condutores abusam da velocidade em locais onde a máxima permitida é de 60 km/h.
Em alguns locais, o condutor chega a 90 km/h, quase o dobro da máxima permitida para a via. Na maioria das ruas e avenidas de Campo Grande, os veículos só devem trafegar em, no máximo, 40, 50 ou 60 km/h.
O chefe da divisão de operações de trânsito da Agetran, José Arruda, esclarece que na Capital sul-mato-grossense não comporta as vias de trânsito rápido. Durante as fiscalizações, ele constatou que os motoristas desrespeitam o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).
A Avenida Vereador Thyrson de Almeida é um dos exemplos de desrespeito dos motoristas. Em menos de 10 minutos de fiscalização, a Agetran indicou que a maioria dos veículos trafegava a mais de 50 km/h, velocidade regulamentada na via, chegando até 93 km/h.
Mas muitos motoristas admitiram que sabem da regra, porém muitas vezes não a respeita. “Eu acho que deveria ter vias rápidas na cidade, principalmente nas avenidas com mais fluxos, pois as vezes a gente acaba vacilando e andando mais rápido do que o permitido”, confessou o maquinista Fagner Leite, 30 anos.
Ele afirmou que muitas vias por serem “correntes sanguíneas” da cidade precisam aumentar a velocidade máxima, mas outras possuem rotas alternativas, que desobstruem o local, assim podendo continuar com a velocidade baixa.
O comerciante Adelino Gonçalves, 64, também foi a favor da ideia de criarem vias rápidas na cidade. “Tem que ter. A cidade está desenvolvendo, além de facilitar o socorro do Corpo de Bombeiros e policiais”, sugeriu.
Já a autônoma Suzana de Almeida Ajala, 29, aconselhou que na região do Shopping Campo Grande a velocidade máxima seja alterada, mudando a Avenida Afonso Pena para uma via rápida. “Em horários de pico nós chegamos a perder 15 minutos no trânsito”, relatou.
Segundo Arruda, todas as vias que não estiverem com sinalização vertical indicando qual a velocidade máxima, o motorista deve respeitar o CTB e percorrer de acordo com a regulamentação do código.
A técnica de enfermagem Josiane Duim, 35, foi a única motorista a ser contra a mudança de velocidade em Campo Grande. “Eu não acho que deve ser mudado, já acontece muito acidente na avenida”, contou. Ela trabalha no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e relatou que os motoristas não respeitam a quilometragem indicada na placa, causando os acidentes.