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Turismo terá que se reinventar e viajar não será como antes

Paulo Nonato de Souza | 25/04/2020 07:09
Agora por ordem das autoridades de saúde para evitar contágio, no pós-coronavírus o espaçamento entre mesas nos bares e restaurantes deverá ser regra da clientela (Foto: Divulgação)
Agora por ordem das autoridades de saúde para evitar contágio, no pós-coronavírus o espaçamento entre mesas nos bares e restaurantes deverá ser regra da clientela (Foto: Divulgação)

Depois do coronavírus, nada será como antes, e quem quiser se manter no mercado terá que se reinventar. As novidades pós-pandemia serão ainda mais impactantes na modernização do setor se comparadas com a campanha batizada de “Travalyst”, uma junção das palavras “travel” e “catalyst” (viagem e catalisador na tradução do inglês), lançada em setembro de 2019 para coibir práticas predatórias do turismo mundo a fora.

Se havia dúvida sobre a adesão dos turistas ao Travalyst com sua proposta de viagem como um catalisador do bem e recomendações sobre o grau de proteção ambiental em cada destino de natureza no momento de fechar a compra do passeio, no pós-coronavírus a certeza é de que as novidades no mercado do turismo serão ainda mais amplas.

O turismo foi um dos setores diretamente impactados pela pandemia de Covid-19. As perdas somam R$ 11,96 bilhões em volume de receitas somente na segunda quinzena de março, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A queda é de 84% no faturamento em relação ao mesmo período de 2019.

Na esperança de que a normalidade volte a partir do segundo semestre, as companhias aéreas e algumas agências de viagens já lançaram mão de estratégias antes inimagináveis, como passagens aéreas com descontos surpreendentes em voos nacionais e internacionais e combos de passagem aérea e hotel sem determinar datas ou destino específico até abril de 2021.

É certo também que o nosso modo de viajar será outro no pós-coronavírus. Por exemplo, o bem estar social e a transparência  serão determinantes na escolha de hotéis e de serviços de turismo.

Ninguém vai querer se arriscar a visitar lugares que não garantam estrutura de saúde e pronto atendimento no caso de necessidade. Pelo modo como estamos acostumados, estes são fatores nunca ou quase nunca levados em conta na hora da compra de um pacote turístico, além do seguro viagem.

As companhias aéreas, portos e aeroportos que antes focavam seus investimentos quase que exclusivamente em imigração, inspeção de bagagens, segurança  contra atentados e tráfico de drogas, passarão a olhar também para a saúde dos passageiros.

A Emirates, principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos,  já saiu na frente como a primeira aérea do mundo a aplicar testes de Covid-19 em passageiros na sala de embarque, antes de voar.

Regras do tudo por dinheiro terão que ser coisa do passado, mesmo com a necessidade de recuperar o caixa depois de tantos prejuízos. Nos bares e restaurantes, nada de mesas grudadas, ainda que o coronavírus tenha sido controlado pelas autoridades de saúde.

Se antes da Convite-19 a ideia era ocupar o máximo de espaços para o máximo de clientes, depois da pandemia provavelmente se cobrará distanciamento entre mesas hoje observados para conter o contágio do vírus.

Não se surpreendam se bares e restaurantes passarem a trabalhar com sistema de agendamento para evitar aglomerações. Não por convenção própria do segmento, mas por exigência da clientela.

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