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Comportamento

Grandes celebridades do ano são gente que saiu do muquifo ou dançou de bicicleta

Paula Maciulevicius | 31/12/2015 06:12
Orlando, do muquifo da Dom Aquino. Personagem revelado em julho. (Foto: Marcos Ermínio)
Orlando, do muquifo da Dom Aquino. Personagem revelado em julho. (Foto: Marcos Ermínio)

Para uma boa história: tenha um bom personagem. E quem são eles? São as pessoas. As melhores histórias estão nelas, vem delas, são elas. Em 2015 o Lado B continuou fazendo o que gosta: narrar e descrever personagens. Quando dizemos que eles viram 'celebridade' não é pela fama que ganham, não é pelo recorde de leituras, é puramente porque aos nossos olhos, eles constroem uma trama que merece matéria, livro, filme.

Foto da escova sendo feita. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto da escova sendo feita. (Foto: Arquivo Pessoal)
"Fachada" do salão. (Foto: Ângela Kempfer)
"Fachada" do salão. (Foto: Ângela Kempfer)

Orlando

Quem não lembra do Orlando? O cabeleireiro do muquifo da Dom Aquino onde a surpresa estava numa escova por R$ 15,00. Foi a editora do Lado B, Ângela Kempfer que chegou a mim com uma foto feita pelo celular e o puxão de orelha. "A gente precisa andar mais pelo Centro. Olha o que eu achei!" E lá estava a foto da simples fachada de um beco na rua e uma placa escrita à mão indicando os serviços ali prestados: escova 15,00 e corte a 10,00.

No dia seguinte, uma quinta-feira, quando nada dá certo. Resolvi ir lá. Disse que ia fazer uma escova. Nem o motorista do jornal acreditou que eu ficaria ali. Contamos essa história pelo menos três vezes: Orlando dormia no lavatório ouvindo música num fone de ouvidos. Eu quis ir embora, mas resolvi ficar e sem saber como acordá-lo, recorri às palmas. Ele atendeu, me pôs a lavar os cabelos, me contou sua história, mudou a minha e me fez uma escova.

A matéria foi ao no meio da manhã seguinte. Soube por fontes seguras que ele havia sido, por anos, cabeleireiro de Manoel de Barros. Soube da importância do cliente depois que ele se foi, mas nunca usou isso para se vangloriar. Orlando teve altos e baixos na vida. De agosto para cá já esteve num salão com melhor estrutura, na Antônio Maria Coelho, mas voltou ao muquifo.

Recorro à primeira reportagem para lembra o "tapa" que levei. "... As pessoas olham para as paredes e não para o trabalho do cabeleireiro".

Em maio, piloto que salvou a vida de Angélica e Luciano Huck. (Foto: Marcelo Calazans)
Em maio, piloto que salvou a vida de Angélica e Luciano Huck. (Foto: Marcelo Calazans)

Osmar

Repentino como o acidente, foi a fama que Osmar Frattini ganhou, merecidamente. O piloto que salvou Angélica e Luciano Huck, voltou a ser assunto na imprensa depois de receber uma lembrança do casal. O acidente foi em maio deste ano, quando a família embarcou na cidade de Miranda com destino ao Aeroporto Internacional de Campo Grande. A 10 minutos de Campo Grande, uma luz amarela indicou que havia uma pane na bomba de combustível.

Imediatamente, o piloto mudou bomba de combustível, mas o problema persistiu. O avião começou a perder velocidade e altura rapidamente, então, para não se chocar contra morros que estava mais a frente, o piloto decidiu pousar na Fazenda Palmeira, na rodovia MS-080. O que ele fez foi fundamental para evitar uma tragédia.

“Não quis que isso acontecesse, não foi por minha culpa. Estou muito arrasado com a situação”, comentou Osmar sobre o seu primeiro acidente em 31 anos de experiência.

Ao mesmo tempo em que foi herói, Osmar precisou que intervissem por ele para que ele fosse atendido e transferido do posto de saúde para a Santa Casa.

A musa do rei desembarcando em Campo Grande. (Foto: Gerson Walber)
A musa do rei desembarcando em Campo Grande. (Foto: Gerson Walber)

Wiviane

Apesar de não ser campo-grandense, Wiviane Miranda entrou no hall das celebridades pelo bafão. Conhecida como a “musa de Roberto Carlos”, a jovem que tem família em Campo Grande, mexeu mesmo com o Rei.

Por diversas vezes ela foi fotografada conversando com ele na rua.

Ao Lado B, negou que tivesse algo mais que uma amizade. Roberto Carlos falou pela primeira vez de uma fofoca em seu site, negando qualquer paixão ou relacionamento.

No entanto, recentemente um jornal do Rio de Janeiro, publicou a gravidez de gêmeos, anunciada por ela mesma. Quem é o pai? Por enquanto, uma incógnita.

Kevyllen Khostynner, a rainha do facão. (Foto: Paula Maciulevicius)
Kevyllen Khostynner, a rainha do facão. (Foto: Paula Maciulevicius)

Kevyllen

Ou a "rainha do facão", Kevyllen Khostynner foi a travesti heroína. Em outubro ela impediu o assalto a um motel, dando uma voadora no suposto cliente e lhe tirando o facão da mão. Conhecida popularmente como Nina, além de desarmar o bandido, ela lutou com ele, bateu, foi ferida e teve a sua foto mais divulgada do que a do bandido, mas não por ter evitado um crime, e sim por ser travesti.

Moradora de um assentamento em Sidrolândia, o sonho dela é fazer Pedagogia. O nome escolhido, apesar de ser muito parecido com o ator de "O Guarda-Costas", ela jura que não tem nada a ver e que se inspirou em uma modelo francesa que viu numa revista.

Rainha do facão foi o modo que ela ficou conhecida nas ruas, entre as prostitutas. Na noite anterior ao crime, ela estava numa conveniência quando teve a proposta de um programa com o cara. Na hora aceitou, mas depois percebeu que teria sido premeditado. A intenção dele era assaltar o motel para onde foram e deixar que ela ficasse com a culpa.

Ela avisou à recepção que ele iria tentar assaltar e alertou que deixasse que ela mesma tirava dele a faca. "Por onde eu passo, sou a rainha do facão. A heroína, entre as amigas os amigos e quando a gente se encontra na rua, eles falam: 'olha a nossa salvadora ali'. É gente que me reconheceu pela altura, cabelo e maquiagem", afirmou em entrevista ao Lado B.

Evelize, a bailarina da bicicleta da Ceará. (Foto: Gerson Walber)
Evelize, a bailarina da bicicleta da Ceará. (Foto: Gerson Walber)

Evelize

Em novembro, da noite para o dia, Evelize se tornou viral na internet. Ao ter um vídeo postado com a ela dançando, depois de descer da bicicleta em plena avenida Ceará, em Campo Grande. O registro foi feito por um motorista, no vai e vem nada tranquilo do trânsito da cidade.

Empregada doméstica, Evelize Barbosa da Silva, 36 anos, é o exemplo vivo de quem não se importa com a opinião alheia e que o que mais quer e tem conseguido demonstrar é felicidade. "Eu sei que as pessoas dizem que sou a doidinha da bicicleta, mas eu presto atenção no trânsito, sempre aviso quando vou virar ou com o braço ou com a perna", disse anteriormente.

Carlinhos, menino conheceu Michel Teló e morreu dias depois. (Foto: Fernando Antunes)
Carlinhos, menino conheceu Michel Teló e morreu dias depois. (Foto: Fernando Antunes)

Carlinhos

Entre novembro e dezembro, certos olhinhos que brilhavam ao falar do ídolo Michel Teló, foi destaque no Lado B. Carlos André Ferreira "virou estrelinha" no último dia 29, mas levou consigo a felicidade de passar o Natal em casa e de ter conhecido, de pertinho, Michel.

Aos 11 anos e com um diagnóstico de câncer suprarrenal há 6. O Lado B conheceu o menino no Hospital do Câncer, no final do mês de novembro, a convite da família, para que ele falasse do sonho. Apaixonado por Michel Teló, ele sabia as músicas de cor, mas o estado avançado da doença o impediam de cantar. A voz mal saía. Era o sorriso e o brilho nos olhinhos que falavam por ele.

No dia 2 de dezembro, especialmente para vê-lo, Michel chegou a Campo Grande junto da esposa Thais Fersoza. Foi até o menino, cantou, rezou e abraçou muito.

O garotinho não resistiu. Mas foi-se embora feliz, com a imagem do ídolo que amou por aqui.

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