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A Copa da Fifa 2014 e o "jogo" da democracia no Brasil

Por Edmara Rodrigues de Oliveira e Cláudio Ribeiro Lopes (*) | 11/05/2014 09:00

O Brasil viverá neste ano grandes emoções. Em junho, ocorrerá a tão polêmica e aguardada Copa do Mundo de Futebol e, três meses após o seu término, os brasileiros deverão escolher quem irá administrar o país nos próximos quatro anos (além de outras escolhas, em outros âmbitos da federação). Verdadeiramente será um ano de grandes “jogos”. As questões que vêm à tona agora são as seguintes: a Copa do Mundo interferirá nas eleições? Os cidadãos brasileiros, mais uma vez, irão colocar o lazer diante do dever? Será que continuaremos sendo o país do futebol, apenas?

Questões complexas exigem respostas mais complexas ainda. Aparentemente, a Copa do Mundo, que terá seu início em 12 de junho e final em 13 de julho, não apresenta indícios de que brasileiros estejam tão entusiasmados como o esperado com a aproximação do evento. Há quem diga que teremos a oportunidade, pela segunda vez, de sediar uma edição da Copa e, quem sabe, com uma final diferente da de 1950, quando a seleção brasileira foi derrotada pela seleção uruguaia. Outros já afirmam que, se formos os campões do mundo no futebol, a “presidenta” Dilma terá vantagem no campo político.

Existem, porém, aqueles mais receosos - talvez os realistas -, que estão com medo de que o país passe vergonha no decorrer do evento e mostre que o governo foi tão incompetente que não conseguiu nem ao menos organizar uma Copa do Mundo. Para estes, não existe temor da derrota dentro do campo de futebol, mas, sim, com relação à infraestrutura das cidades-sede ou até mesmo com o risco de manchar a imagem do Brasil, mostrando que hoje vivemos em um país violento, repleto de impunidade, sujo e, infelizmente, corrupto. Preveem-se "apagões" de energia, caos nos aeroportos e no sistema de transporte público.

Por mais que seja um grande evento, que a maioria do povo brasileiro acompanha, não se pode esquecer de que se deverá escolher não só o novo Presidente da República, mas também os governadores das unidades da federação e os senadores, deputados federais e deputados estaduais que irão legislar nos próximos quatro anos.

Entusiasmado ou não com os jogos, o eleitor pode, no entanto, ser vítima da política do pão e circo mais uma vez. Definitivamente, não dá mais para se distrair com os dribles de Neymar e companhia, com o reinado dos crimes do colarinho verde, amarelo, azul e branco fora dos campos e, pior, impunes! Essa é a hora de jogarmos certo!
Até o momento, o que se apresenta é a recandidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), que ainda lidera as intenções de voto, mas tem tido declínios na preferência do eleitorado e em sua popularidade. Existem aqueles que são a favor do "Volta Lula", entretanto não nos podemos esquecer dos outros candidatos, como Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), que, com a queda da popularidade da atual presidente, ainda estão na disputa. O grande lance é votar e cobrar por um bom jogo, sem trapaças, gols impedidos, pênaltis inexistentes que aflijam a massa torcedora. Temos que estar ligados para dar o cartão vermelho para os políticos que continuam a pensar que podem manipular, indevida e impunemente, a população. Por isso, o povo deve assistir aos jogos sabendo que, dentro de alguns meses, terá de tomar uma decisão séria, sem deixar-se influenciar pelo resultado da Copa; a seleção ganhando ou perdendo somos nós que vamos decidir o futuro do país. Será a hora de fazer valerem a pena as manifestações que aconteceram ano passado e mostrar que realmente o gigante acordou, não permitindo, mais, deixar-se manipular. A hora é de saber quais são as propostas dos candidatos para, mais tarde, saber se se fez a escolha certa ou

(*) Edmara Rodrigues de Oliveira: Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis da UFMS - Câmpus de Três Lagoas (MS). e-mail: ed.edmara@hotmail.com

(*) Cláudio Ribeiro Lopes: Doutorando em Sociologia e Direito, pela UFF, professor da UFMS – Campus de Três Lagoas. e-mail: claudiolopes198@gmail.com

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