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A corrupção não é uma invenção brasileira, mas e a impunidade?

Por Elizio Brites (*) | 07/04/2011 06:08

A corrupção na história brasileira tem muitos exemplos, vivemos um período longo de ditadura militar que era proibido falar, denunciar ou até mesmo apurar a corrupção. Mas já se passaram duas décadas que acabou a ditadura e restabeleceu-se a democracia que nos permite denunciar, cobrar providências e pedir punição dos corruptos, mas parece que em vez de diminuir, aumentou em todos os níveis da administração pública.

Muitos pensam que a corrupção é uma prática só das elites dirigentes, o que não é uma verdade absoluta, os valores que consideramos politicamente corretos as boas relações sociais devem ser praticados por todos, da mesma forma que devemos condenar tudo que nos agride físico ou moralmente.

As práticas da corrupção em nosso país são praticamente inesgotáveis e envolvem problemas estruturais, sociais e pessoais de toda ordem, que dificilmente vai acabar de vez, mas a corrupção política, e na política, em uma sociedade é a mais nociva porque deteriora as próprias estruturas.

É na política e através dos políticos que buscamos as soluções para problemas coletivos de todos. Quando corrompemos ou somos corrompidos causamos o mesmo estrago independente de sermos políticos eleitos, empresários, juízes, delegados ou cidadãos comuns.

Há quem arrisca dizer que um terço de tudo que se arrecada no país vai para os ralos da corrupção. Acho difícil de afirmar isso e diria até impossível afirmar estatisticamente aquilo que não é possível de se mensurar, medir e a maioria dos atos de corrupção ativa ou passiva não é catalogado, daí eu diria que é infinitamente mais que um terço do PIB que vai para o bolso dos corruptos e que faltam para que tenhamos uma sociedade mais assistida pelo poder público.

Corrupção política significa aproveitar-se e apropriar-se do que é coletivo, em benefício próprio, que em linguagem simples é roubar o povo. Se os agentes públicos, os políticos são corruptos ou se associam a empresários corruptores, logo a saúde da sociedade correm sérios riscos.

Falta o respeito pelo que é coletivo, prevalecendo à famosa lei de Gerson para “levar vantagem em tudo”, enganar para escapar ileso de punições. Em nosso querido país a corrupção está espalhada em todos os níveis da atividade política, no executivo, no legislativo e até no judiciário, que até é o “prato preferido” de comediantes e humoristas em suas sátiras, que para encerrar a primeira parte deste artigo deixo dois pensamentos do grande Jô Soares:

“A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa” (Jô Soares).

“Nunca faça graça de graça. Você é humorista, não político”. (Jô Soares)

(*) Elizio Brites é empresário e bacharel em direito.

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