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A origem do alcoolismo no lar

Por Cosme Cicero de Freitas e Grace Kelly Marques Rodrigues (*) | 06/08/2014 14:14

Sabe-se que um dos maiores problemas e desafios que enfrentamos hoje, no Brasil, são as drogas. Em 2012, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 301.716 internações provocadas pelo consumo de drogas ilícitas e álcool. E é sobre este, uma droga lícita, que este ensaio se pronuncia.

No caso do álcool, existe uma grande facilidade de acesso, sendo facilmente encontrado em bares, restaurantes e padarias, por exemplo, caracterizando-se seu consumo como algo comum, com destaque para o grande número de adolescentes consumidores. Segundo uma pesquisa divulgada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31,7% dos entrevistados, com idade igual ou inferior a 13 anos, já tinham experimentado alguma bebida alcoólica.

A pesquisa ainda alertou que 11,2% dos entrevistados encontram a bebida dentro de casa, uma vez que crescem vendo seus pais fazendo uso desse tipo de droga. E, simplesmente por estar presente no ambiente familiar, o álcool é aceito, e os riscos que pode causar não é muitas vezes considerado. Além disso, existe o comportamento de alguns pais, que bebem descontroladamente e se vangloriam por isso. Essa é uma das causas mais comuns do problema da dependência alcoólica, visto que são os próprios pais que, mesmo sem esse intuito, acabam influenciando o consumo de bebida pelos filhos.

Há, porém, outros fatores que agravam o alcoolismo na adolescência, como a violência, pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, os estímulos publicitários e a falta de controle e fiscalização da venda de produtos do gênero para pessoas com idade inferior à prevista na legislação.
Segundo uma pesquisa divulgada neste ano pela Organização mundial da Saúde (OMS), o Brasil está acima da média mundial e apresenta taxas superiores às encontradas em mais de 140 países. Essa pesquisa alertou que 3,3 milhões de mortes no mundo, em 2012 (5,9% do total), foram provocadas pelo consumo excessivo de álcool. Além disso, a pesquisa avaliou os dados de 194 países e concluiu que o consumo médio mundial para pessoas acima de 15 anos é de 6,2 litros por ano, enquanto no Brasil o consumo médio é 8,7 litros por pessoa por ano.

Uma das consequências do consumo excessivo de álcool são os graves acidentes de trânsito. Apesar da proibição de vendas de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos e da “Lei Seca”, criada para policiar a ingestão de álcool por motoristas, não se conseguiu, ainda, inibir algumas atitudes desses usuários. Continua-se a constatar que o álcool atua como propulsor de atos violentos e de acidentes de trânsito, provocando mortes e mutilações por motoristas embriagados que assumiram o risco de “pegar no volante”.

Portanto, é de fundamental importância combater esse grave problema e realizar algumas ações eficazes, a começar pela orientação das famílias, que constituem a base de formação do cidadão. Ao Estado, cabe exercer um controle rígido e fiscalização eficiente na venda desses produtos, a fim de inibir o consumo precoce por adolescentes e os exageros dos adultos, que acabam infringindo as leis.

(*) Cosme Cicero de Freitas: Acadêmico do curso de Administração – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: csmfreitas@hotmail.com

(*) Grace Kelly Marques Rodrigues: Professora do curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca/AL. E-mail: gracekmr@gmail.com

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