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Apuração dos escândalos de corrupção é uma piada: acorda Brasil!

Por Elizio Brites (*) | 29/03/2011 06:04

Recentemente escrevi o artigo “quanto custa um vereador?”, muitos leitores me abordaram questionando se eu não estava equivocado ao informar o valor de 90.277,77 mensais. Com certeza não.

A Organização Transparência Brasil fez um estudo sobre o custo de cada parlamentar no Brasil e descobriu que o nosso congresso é o mais caro do mundo, onde em média um parlamentar custa R$ 545,00 por minuto.

Um Senador custa aos contribuintes R$ 33 milhões e um Deputado Federal custa R$. 6.600 milhões, por ano, que em média cada parlamentar custa R$. 10.200 milhões por ano.

Para que o leitor mais humilde entenda melhor faço um resumo transformando para custo mensal a seguir:

Custo mensal de um Senador: R$ 2.750.000,00

Custo de um Deputado Federal: R$ 550.000,00

Custo médio mensal por parlamentar: R$ 850.000,00

Em países do chamado primeiro mundo, cuja renda per capita é infinitamente mais alta que no Brasil a democracia é infinitamente mais barata, como na Espanha que um parlamentar custa ao contribuinte 850.000,00 por ano, enquanto que aqui, esse mesmo parlamentar custa isso mensal.

Isso só mudará quando a sociedade exigir que se aplique a lei de transparência que já está em vigor, mas ninguém cumpre porque as instituições se acobertam encobrindo também as falcatruas uma das outras.

Tais dados não são frutos de minha imaginação e sim dados extraídos de estudos de organizações sérias divulgados pela rede Globo de Televisão. Eu gostaria que fosse diferente porque isso é uma indecência num país onde milhares de pessoas ainda morrem de fome e por falta de atendimento nos serviços públicos de toda ordem.

A apuração dos escândalos de corrupção é uma piada, porque nunca dão em nada, quando alguma operação como as recentes que conhecemos se torna pública, punem-se os mais fracos ou menos expressivos para acobertar os “figurões” que nunca são punidos.

Nos últimos 30 anos em Mato Grosso do Sul não se conhece nenhum caso concreto de apuração de corrupção com punição de políticos e devolução de dinheiro público desviados.

O tráfico de influências tem predominado e não mudará enquanto coronéis que se revezam na política não forem totalmente substituídos por novas lideranças políticas, em todos os níveis da administração pública.

Acorda Brasil!

(*) Elizio Brites é empresário e barachel em Direito.

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